Plataformas de partilha de trotinetes e a Câmara Municipal de Lisboa (CML) têm realizado diversas reuniões para tentar diminuir os casos de vandalização dos equipamentos, tendo já sido criadas patrulhas de apoio.
Joana Pereira Correia, responsável pela atividade da Hive em Portugal, uma das plataformas em funcionamento na cidade de Lisboa, explicou à Lusa que, desde o lançamento em novembro de 2018, tem havido “um aumento de vandalismo contra as trotinetes” e de outros tipos de transportes alternativos que “tenham um sistema que não esteja preso a uma doca”.
“Quanto a trotinetes vandalizadas, não consigo dar números concretos, mas posso dizer que todos os dias temos pelo menos uma trotinete vandalizada”, salientou.
Já Luís Pinto, diretor de expansão da Lime em Portugal, referiu que, no que toca a vandalismo e assaltos à frota, a empresa tem “registado menos de 1% de situações”.
De acordo com a representante da Hive, têm ocorrido reuniões mensais com a câmara, encontros que “têm servido como canal de comunicação entre as várias entidades e os vários operadores”.
“A câmara dá-nos visibilidade sobre o tipo de problemas que a cidade tem, que os utilizadores revelam, sugere melhorias ao nosso serviço e todos, de forma cooperativa, tentamos solucionar e fazer com que este tipo de problemas na mobilidade alternativa, que ajuda tantas cidades, aconteça e se desenvolva na cidade da melhor forma possível”, acrescentou Joana Pereira Correia.
Também a Lime está em “colaboração contínua” com a CML “para tornar as trotinetes uma solução de mobilidade para a cidade”, disse Luís Pinto.
De forma a combater o vandalismo sobre os seus equipamentos, a Hive reuniu-se com a Polícia Municipal e a Polícia de Segurança Pública (PSP), estando a ser feito um trabalho conjunto para tentar minimizar ou extinguir esses atos.
“Há certas zonas onde nós verificámos que existe uma maior ocorrência deste tipo de vandalismos, seja porque estão perto de sítios de diversão noturna, bares, etc., seja porque estão em sitos mais escondidos dos olhos das pessoas e, portanto, o nosso primeiro passo foi consciencializar a polícia de que estas situações aconteciam e dar-lhe casos do nosso problema”, referiu Joana Pereira Correia.
Ambas as plataformas têm já no terreno patrulhas responsáveis “por ajudar a organizar a cidade e sensibilizar as pessoas para as boas práticas de utilização e estacionamento das trotinetes”.
“A equipa patrulha as principais artérias da cidade, ruas com passeios estreitos e outros locais em que as trotinetes são usadas com frequência”, explicou Luís Pinto.
A patrulha da Hive, segundo Joana Pereira Correia, foca-se “exclusivamente em retirar trotinetes que estejam em frente a portas, garagens, em cima de passeios ou deitadas no chão, ou seja, que estejam a prejudicar o funcionamento normal da cidade”.
A Lusa contactou a CML e a PSP para obter mais informação sobre o problema, mas ainda não obteve resposta. No entanto, fonte da autarquia confirmou a realização de reuniões frequentes.
Nas redes sociais, são por várias vezes publicadas imagens que revelam casos de estacionamento incorreto e vandalismo, tendo sido já mostradas fotos com trotinetes dentro da água do rio Tejo, partidas na rua ou em cima de uma árvore.