Bastonário aponta "deficiências importantes" no Hospital de Faro
28-08-2018 - 16:00

Miguel Guimarães aponta o dedo a vários problemas, como a contratação de profissionais para as urgências através de empresas de prestação de serviços, o que aumento os custos.

Há falhas preocupantes no Hospital de Faro, alerta o bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, que visitou esta terça-feira a unidade que serve uma região que durante o verão recebe muitos milhares de turistas.

Miguel Guimarães aponta o dedo a vários problemas, como a contratação de profissionais para as urgências através de empresas de prestação de serviços, o que aumento os custos.

“Foram identificadas nesta visita deficiências importantes na área do serviço de urgência, a contratação de serviços externos através de empresas é um valor muito elevado que eu penso que no primeiro semestre deste ano rondou os três milhões de euros e no ano passado foram 6,7 ou 6,8 milhões de euros”, afirma o bastonário.

Miguel Guimarães disse ainda que, ao abrigo da mobilidade especial, não tem conhecimento que algum médico tenha concorrido às vagas abertas no Centro Hospitalar do Algarve.

“Até dia 7 de agosto, não. Até ao final de agosto, perguntei aos nossos serviços se alguém tinha concorrido e, tanto quanto é do meu conhecimento, ao abrigo da mobilidade especial ninguém concorreu”, sublinhou.

Costa deve usar os mesmos argumentos para fixar quem reside no país

O bastonário da Ordem dos Médicos defende que o primeiro-ministro, António Costa, deve usar "os mesmos argumentos em termos de incentivos" para fixar os cidadãos que residem em Portugal e não apenas os que emigraram.

"Mas porque é que não estamos a fazer [o mesmo] para tentar fixar os nossos jovens no nosso país, nas zonas que são mais carenciadas, porque é que não utilizamos os mesmos argumentos em termos de incentivos?", questionou Miguel Guimarães, em declarações aos jornalistas, após uma visita ao Centro Hospitalar e Universitário do Algarve (CHUA).

De acordo com o bastonário, o anúncio de António Costa em beneficiar em termos fiscais quem queira regressar a Portugal representa "uma desigualdade naquilo que é a possibilidade de tentar fixar médicos, nomeadamente nas áreas mais carenciadas, como é o caso do Algarve".