O coordenador do Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos do Norte (STRUN) disse hoje que adesão à greve na Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP) rondou os 70%, tendo admitido novas formas de luta.
O STRUN convocou para hoje, terça-feira e para as duas primeiras horas de quarta-feira uma greve dos motoristas, em apoio à reivindicação de um reforço do salário base em 30 euros, acrescentando, na prática, mais 15 euros ao valor que tinha já sido acordado entre a administração da STCP e quatro sindicatos.
O STRUN foi o único sindicato que se recusou a assinar este acordo.
"O aumento [acordado entre a STCP e quatro sindicatos] foi de 15 euros para todos trabalhadores, nós pretendemos no mínimo 30 [euros] para os trabalhadores continuarem com o mesmo poder de compra que tinha antes do aumento do salário mínimo", afirmou José Manuel Silva, em declarações à Lusa.
O dirigente indicou que "a adesão à greve foi de cerca de 70%" e admitiu novas formas de luta a decidir, na terça-feira, em plenário com os trabalhadores.
"Se não houver entendimento [com o Conselho de Administração da STCP] até amanhã [terça-feira], os trabalhadores vão decidir novas formas de luta que em princípio passarão por [uma greve] a tempo parcial, mas durante todos os dias da semana", alertou.
José Manuel Silva assinalou, contudo, que tudo indica que "não haverá entendimento" com a STCP," empurrando" os trabalhadores para novas paralisações.
Contactada pela agência Lusa, a administração da operadora de transportes urbanos do Grande Porto nada adiantou sobre a reivindicação que está na origem da greve.
Numa curta declaração escrita, afirma-se "focada na preservação da oferta de serviço público essencial para os seus clientes e refere que está "a analisar o desenrolar desta prestação durante o dia de hoje".
A STCP "congratula-se ainda com o facto de se verificar o maior respeito por todos aqueles que pretenderam exercer o direito a trabalhar".
A greve agora iniciada surge na sequência de um plenário de finais de agosto que alargou até hoje o prazo para a empresa chegar a acordo para um aumento salarial.
Um dia depois, foi emitido o pré-aviso para a greve agora em curso.
Em resposta a pedido de comentário da Lusa então formulado, a administração da STCP disse manter-se "fiel ao acordo assinado, em julho passado, com quatro sindicatos representativos da maioria dos trabalhadores da empresa e não deixará que estes acontecimentos prejudiquem o processo negocial que está a ser trabalhado".
Sobre a indicação de "novas greves promovidas pelo único sindicato que recusou assinar o acordo", a transportadora disse entendê-las "como inevitáveis até à data da realização das eleições autárquicas, tendo em consideração a lógica que as tem presidido".
A gestão da STCP é, desde o início do ano, assumida pelos municípios do Porto, Vila Nova de Gaia, Gondomar, Matosinhos, Valongo e Maia.
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VSYM // MSP.
Lusa/Fim.
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