O arcebispo D. José Tolentino Mendonça diz que a primeira coisa que pensou quando soube que tinha sido nomeado cardeal pelo Papa Francisco foi na admoestação que Jesus faz no Evangelho de domingo passado: “Procura o último lugar.”
Nessa passagem das escrituras Jesus está a dirigir-se aos convivas num jantar para o qual foi convidado por um importante fariseu e aconselha-os a evitar procurar honras e dignidades, dizendo que é melhor procurar os lugares mais humildes e depois ser convidado pelo hóspede a ocupar um lugar mais importante, do que acontecer o contrário.
“Eu estava a celebrar missa numa pequena capela em Lisboa e, no fim da celebração, recebi essa notícia ,através de outras pessoas”, diz D. José Tolentino, em declarações à edição portuguesa do site Vatican News.
“O meu primeiro sentimento, que ainda ressoa no meu coração, é aquela frase, aquele imperativo que Jesus dizia no Evangelho de ontem: ‘procura o último lugar’. E senti isso com muita clareza nesse chamamento que o Santo Padre me faz e que, de facto, é um chamamento para um serviço mais radical e com uma humildade muito grande na colaboração com o Santo Padre e com a unidade de toda a Igreja”, concluiu.
D. José Tolentino foi sagrado arcebispo em 2018, tendo sido nomeado pelo Papa Francisco para o cargo de bibliotecário e arquivista do Vaticano.
A elevação ao cardinalato será no dia 5 de outubro próximo e juntamente com o português o Papa Francisco criará mais nove cardeais eleitores, isto é, com menos de 80 anos, e três que já têm mais de 80 anos.
Os cardeais são os primeiros conselheiros do Papa e são também quem escolhe o seu sucessor quando este morre ou resigna ao cargo, como aconteceu com Bento XVI.
Com a elevação de Dom José Tolentino Portugal passará a ter cinco cardeais, algo inédito. Três são eleitores e dois já têm mais de 80 anos.