Uma saida sem acordo no dia 29 de março; um pedido de extensão do prazo (mas em que condições e será que a UE vai exigir algo em troca?); ou haver uma retirada do pedido de saída do Reino unido. São os três cenários que se põem nesta altura, segundo Fernando Medina. A saída sem acordo será rejeitada na opinião do socialista, que aposta mais no pedido de extensão. Resta saber como é que a UE se quer posicionar nessa matéria. Corbyn continua *à esera que o sistea se desmorone para ganhar eleições, invoca a possibilidade de um segundo referendo, e dada a dificuldade em ter Theresa May a criar uma plataforma sólida, é total a incerteza, afirma Medina. Querer sair da União Europeia, mas não querer impor fronteiras é algo inaceitável para Bruxelas, defende o socialista.
Bloco deve explicar o que implica nacionalizar o Novo Banco
O Bloco de Esquerda (BE) votou os orçamentos com verbas para o Fundo de Resolução e deve explicar aos portugueses os custos da solução que defende de nacionalização do Novo Banco, desafia o socialista Fernando Medina no programa Casa Comum da Renascença.
O presidente da Câmara de Lisboa considera normal que os partidos queiram marcar diferenças neste ano eleitoral, mas a líder bloquista Catarina Martins “não é justa” na crítica ao PS em relação à solução encontrada para o Novo Banco.
Os dois partidos divergem sobre o Novo Banco e Catarina Martins deve explicar os custos e os benefícios da nacionalização do banco, sublinha.
“De facto, há uma diferença de opinião entre o PS e o Bloco de Esquerda neste tema. Catarina Martins acha que o banco deve ser nacionalizado e o PS acha que deve ser vendido, como foi vendido. E era bom ver as vantagens e desvantagens das duas soluções. O que Catarina Martins poderá explicar de forma mais clara é dizer aos portugueses quais são os custos e benefícios da nacionalização do banco.”
O Bloco de Esquerda comparou a atuação dos socialistas a Passos Coelho em relação ao Novo Banco.
Fernando Medina considera que Catarina Martins deve também responder o que levou o BE a votar os Orçamentos do Estado em que os empréstimos ao Fundo de Resolução estavam contemplados.
“O Bloco de Esquerda votou os orçamentos em que os empréstimos do Estado ao Fundo de Resolução estavam identificados e estavam lá colocados. Por isso, o voto do Bloco de Esquerda também serviu para seguir a mesma política”, argumenta.
“Lei da rolha” em ano de eleições
Sobre a polémica em torno das restrições a ações dos políticos em ano eleitoral, Fernando Medina dá exemplos de ações de publicidade que a Comissão Nacional de Eleições (CNE) não permite na interpretação que esta faz da lei.
“A aprovação, por unanimidade, pela câmara municipal, numa decisão que envolva a maioria e oposição, não pode ser publicitada, não pode ser divulgada, violando o nosso dever de publicidade das decisões que tomamos”, refere o autarca socialista.
O comentador do programa Casa Comum concorda que devem existir regras mais apertadas para as câmaras, mas apenas em caso de autárquicas. A Câmara de Lisboa vai seguir a posição do Governo e apela à clarificação da lei na Assembleia da República, adianta.
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