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O Conselho de Ministros aprovou esta sexta-feira planos de realojamento de emergência na Área Metropolitana de Lisboa no âmbito do combate à pandemia de Covid-19.
O objetivo da medida é "permitir a separação de pessoas que estejam infetadas das outras que não estão infetadas com Covid-19, tal como fizemos nalguns lares para controlar disseminação da pandemia e evitar maiores riscos de saúde pública", explicou o primeiro-ministro, António Costa.
O chefe do Governo adiantou que este plano "tem pouco a ver com os locais de origem, mas sim com as condições de habitabilidade”, de residências com muitas pessoas onde aumenta o risco de contágio.
Sobre o Bairro da Jamaica, no Seixal, onde há um surto com 16 casos, António Costa salientou que "o foco não teve a ver com condições de habitabilidade" e não devemos ter "essa lógica de abordagem do problema".
"Aqui em Lisboa, há muitas situações de sobrelotação de alojamento", referiu o primeiro-ministro.
Os centros comerciais e as Lojas do Cidadão vão continuar encerrados na região de Lisboa e Vale do Tejo, pelo menos, até 4 de junho, decidiu esta sexta-feira o Conselho de Ministros. A medida será reavaliada na próxima semana.
O Governo também aprovou um reforço da vigilância epidemiológica nas obras de construção civil e nas empresas de trabalho temporário.
Os ajuntamentos estão limitados a 10 pessoas na Área Metropolitana de Lisboa, ao contrário do resto do país em que esse número vai aumentar para 20.
Os transportes privados de passageiros vão ter lotação máxima de dois terços e será obrigado a usar máscara de proteção. Fora desta medidas estão as viaturas com membros da mesma família.
"A evolução do aumento do número de casos na Área Metropolitana de Lisboa distingue-se das outras regiões do país, mas não revela descontrolo, incide em focos bastante precisos", disse António Costa numa declaração sobre a terceira fase de desconfinamento.
As restrições na Área Metropolitana de Lisboa vão ser reavaliadas na reunião do conselho de ministros da próxima quinta-feira, 4 de junho, disse António Costa.
A medida é tomada na sequência do aumento de casos de Covid-19 na área da Grande Lisboa, com vários surtos nas margens Norte e Sul do Tejo.
A zona de Lisboa e Vale do Tejo tem aproximadamente 4.400 casos ativos de Covid-19, de um total de 11.652 casos ativos erm Portugal, o que representa cerca de 37% dos casos.
A atualização dos dados referentes à zona de Lisboa e Vale do Tejo, a que tem mais casos em todo o país, foi feita pela diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, em conferência de imprensa.
Até agora, 346 morreram nesta região. É uma situação complexa porque tem diversas causas. Seis grandes obras concentram cerca de 130 doentes, 340 casos em empresas, como no pólo da Azambuja, em lares e em bairros também", diz.
Graça Freitas apela para que a população, principalmente a mais jovem, evite concentrações, que se têm verificado na zona de Lisboa e Vale do Tejo e que contribuem para o aumento de casos.
Portugal regista 1.383 mortes (mais 14 que na quinta-feira) e 31.946 casos (mais 350, o número mais alto desde 8 de maio e que supõe um aumento de 1,1%) confirmados de infeção pelo novo coronavírus, segundo o boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS).
O relatório desta sexta-feira, com dados atualizados até às 00h00 de quinta-feira, mostra uma subida de 274 no número de recuperados, para um total de 18.911. Ou seja, 59,2% das pessoas diagnosticadas com Covid-19 já recuperaram. Contudo, há mais 62 casos ativos: sobe para 11.652.
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