O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, pediu este domingo "sanções esmagadoras" contra o Irão, depois de mais evidências de incumprimento do acordo nuclear por parte deste país e de alegadas incursões do Estado israelita contra elementos pró-iranianos.
O Irão é o principal inimigo de Israel, que teme que o seu rival adquira armas nucleares e bases militares nas suas fronteiras com a Síria, onde Teerão apoia o presidente sírio, Bashar al-Assad, contra as várias rebeliões.
Pelo menos 12 combatentes pró-iranianos, incluindo iraquianos e afegãos, foram mortos em ataques aéreos na noite de sábado contra o quartel-general das forças pró-iranianas na província de Deir Ezzor, no leste da Síria, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).
De acordo com o OSDH, o estado hebraico esteve "provavelmente" por trás desses ataques.
Nas últimas semanas, os ataques aéreos atribuídos a Israel aumentaram na Síria, sem que o exército israelita os confirme ou negue.
"O coronavírus não diminuirá nossa decisão de agir contra a agressão do Irão. Quero dizer novamente: Israel não permitirá que o Irão obtenha armas nucleares e continuará a agir sistematicamente contra suas tentativas” de estabelecer “uma presença militar nas nossas fronteiras", sublinhou Netanyahu durante uma reunião do seu Governo.
Os ataques aéreos ocorreram após publicação, na sexta-feira, de um novo relatório da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), segundo o qual o Irão continua a aumentar stock de urânio enriquecido e persiste em bloquear a inspeção de dois reservatórios antigos.
Nesse contexto, Israel insta a comunidade internacional a unir-se aos Estados Unidos na imposição de "sanções esmagadoras" ao Irão.
"Acredito que está na hora, na verdade o tempo já passou, mas certamente está na hora dessas novas revelações” e de “a comunidade internacional se juntar aos Estados Unidos” e impor “sanções esmagadoras ao Irão”, acrescentou o Netanyahu.
Esta postura complica os esforços para tentar salvar a estrutura do acordo internacional de 2015 sobre energia nuclear iraniana, que os Estados Unidos fecharam em 2018 e dos quais Teerão se retira gradualmente desde maio de 2019.
No curto prazo, Israel está a tentar convencer os países europeus, principalmente França, a apoiar um projeto de resolução que vise prolongar o embargo de armas contra o Irão, que termina em outubro próximo, disse à AFP uma fonte diplomática em Jerusalém.