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Portugal decidiu manter a vacinação com a vacina da Johnson & Johnson (Janssen), incluindo pessoas com menos de 60 anos. A decisão foi anunciada nesta quarta-feira, em conferência de imprensa.
“A decisão já existe. O regulador europeu já disse e confirma que a avaliação risco/benefício permanece positiva”, afirmou a ministra da Saúde.
“É maior a vantagem na administração da vacina face a uma eventual fatalidade de doença com Covid-19 do que os riscos que podem existir”, concretizou Marta Temido, considerando que “a decisão do regulador é clara”.
A ministra sublinhou ainda que os casos (oito) conhecidos de coágulos sanguíneos ocorreram nos Estados Unidos são considerados “extremamente raros” e ocorreram em mais de sete milhões de vacinas administradas.
Além disso, sublinha Marta Temido, o foco da nova fase do plano de vacinação será a faixa etária com mais de 60 anos, pelo que “não há qualquer restrição desta vacina neste grupo etário”.
No entanto aguarda-se a chegada de um parecer mais refinado sobre se devem ou não ser impostas condicionantes em matéria de idade na toma desta vacina. O que foi pedido às entidades competentes foi saber “se era possível estreitar mais os grupos etários para os quais se recomenda que preventivamente a vacina não seja administrada e, por outro lado, pedida uma avaliação sobre a segunda toma das pessoas que tiveram uma primeira toma com a vacina da AstraZeneca”, concretizou a ministra.
O presidente do Infarmed, Rui Ivo, interveio depois para confirmar que “vamos ter uma avaliação preliminar para perceber melhor, em relação às diferentes faixas etárias, como é que se pode estabelecer a relação benefício risco” da vacina da Janssen.
Os resultados dessa análise serão divulgados na sexta-feira. “Teremos dados mais concretos para responder à estratificação por escalões etários e uma eventual segunda dose” desta vacina, afirmou ainda.
Existem mais de 31 mil doses desta vacina armazenadas em Portugal. Na terça-feira, a Agência Europeia de Medicamentos (EMA, na sigla em inglês) anunciou que a vacina desenvolvida pela Janssen, farmacêutica detida pela Johnson & Johnson, continua a ser segura, ressalvando que os efeitos secundários de coágulos sanguíneos devem vir explícitos nas informações do mediamento.
Em comunicado, o comité de segurança do regulador europeu disse ter encontrado uma "ligação a casos muito raros de coágulos de sangue invulgares com plaquetas sanguíneas baixas, mas confirma que o risco-benefício global permanece positivo”.
Portugal ainda não começou a administrar a vacina da Janssen, mas deverá incluí-la no plano de vacinação em breve, afirmou ainda a ministra da Saúde, nesta quarta-feira. Mas tal só deverá acontecer depois de conhecidas as conclusões da análise em curso sobre o parecer da EMA e eventuais restrições etárias.