A União Europeia pede o fim "imediato" da contínua escalada de violência em áreas não controladas pelo governo de Kiev na região de Luhansk e elogiou a Ucrânia pela sua "contenção".
O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, condenou "fortemente" o ataque a um jardim-de-infância na cidade de Stanitsa Luganska, na região de Lugansk, controlada por separatistas pró-Rússia.
Stanitsa Luganska é uma das poucas passagens seguras em toda a linha de separação de forças no Donbass, onde mais de 14.000 pessoas morreram desde 2014, segundo a ONU e onde a tensão militar ressurgiu esta quinta-feira, com uma troca de ataques entre o Exército ucraniano e as milícias pró-Rússia.
"Este bombardeamento indiscriminado de uma infraestrutura civil é totalmente inaceitável e representa uma clara violação do cessar-fogo e dos Acordos de Minsk", destacou Borrell em comunicado.
O responsável pela diplomacia europeia reiterou que os 27 Estados-membros estão unidos no apoio "inabalável" à soberania e integridade territorial da Ucrânia dentro das suas fronteiras internacionalmente reconhecidas.
O diplomata espanhol lembrou também que a União Europeia apoia "plenamente" o trabalho da missão especial de monitorização da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE) e solicitou o acesso "irrestrito" desta a todo o território ucraniano.
As declarações de Borrell surgem horas depois dos Estados-membros da UE terem realizado uma reunião informal em Bruxelas para analisar os últimos desenvolvimentos desta crise e estudar o pacote de sanções que estão a preparar contra a Rússia, em caso de invasão à Ucrânia.
Após a reunião, Josep Borrell garantiu aos jornalistas que "está preparado" para apresentar o pacote de sanções contra a Rússia "o mais rápido possível", mas afirmou que estas não serão aprovadas até que "o nível de intensidade da agressão requeira".
O exército ucraniano e as forças separatistas pró-Rússia acusaram-se esta quinta-feira mutuamente de bombardeamentos e de uma escalada de tensão no leste da Ucrânia, região em conflito desde 2014, em plena crise entre Moscovo e o Ocidente.
Esta escalada das tensões no leste da Ucrânia acontece num momento em que os ocidentais acreditam que a Rússia está a preparar uma invasão ao país vizinha, após ter concentrado milhares de forças militares junto à fronteira.
Moscovo nega esta intenção mas apresentou várias exigências para resolver a crise, incluindo garantias de que a Ucrânia não integrará a NATO e o fim do programa da Aliança de alargamento para o Leste.
Os Estados Unidos insistiram esta quinta-feira que não vêm nenhuma evidência da retirada anunciada das unidades militares russas posicionadas perto das fronteiras da Ucrânia.
A NATO alertou esta quinta-feira para os supostos planos de Moscovo para aproveitar o aumento das hostilidades no leste da Ucrânia como uma "desculpa" para invadir o país vizinho.