O Papa recebeu nesta sexta-feira, no Vaticano, o responsável pelo Departamento das Relações Externas do Patriarcado de Moscovo, o metropolita António, informou a Santa Sé.
O portal de notícias do Vaticano destacou que o encontro “parte dos contatos ecuménicos entre o Papa e o Patriarcado de Moscovo”, recordando o encontro, por via digital, entre Francisco e Cirilo, o líder da Igreja Ortodoxa da Rússia, a 16 de março, em que se abordou a atual guerra na Ucrânia.
António de Volokolamsk, “número 2” do Patriarcado de Moscovo, substituiu no cargo o metropolita Hilário, no último mês de junho.
O Departamento das Relações Externas do Patriarcado de Moscovo publicou uma nota, após o encontro, informando que em cima da mesa estiveram “inúmeros assuntos da agenda das relações ortodoxo-católicas, inclusive no contexto dos processos políticos que ocorrem no mundo”.
Já nesta quinta-feira, o metropolita António encontrou-se com o secretário do Vaticano para as Relações com os Estados, D. Paul Richard Gallagher.
“Durante uma longa conversa, foram discutidas questões atuais sobre a relação entre a Igreja Ortodoxa Russa e a Igreja Católica Romana”, assinala o responsável de Moscovo, em comunicado.
Papa quer ir à Rússia e à Ucrânia
Em julho, Francisco reafirmou a vontade de visitar a capital da Rússia e da Ucrânia, respetivamente Moscovo e Kiev, para “servir a causa da paz”.
“Eu gostaria de ir à Ucrânia e queria ir primeiro a Moscovo. Trocamos mensagens sobre isso, porque pensei que o presidente russo me concedesse uma pequena janela para servir a causa da paz”, disse o Papa numa entrevista à Agência de notícias Reuters.
No início de maio, o Papa mostrou-se disponível para um encontro com o presidente russo, a fim de abordar a guerra na Ucrânia, mas Moscovo viria a rejeitar esta possibilidade, com o Vaticano a reafirmar a vontade do Papa em deslocar-se à capital russa.
Francisco vai estar no Cazaquistão, de 13 a 15 de setembro, para participar no VII Congresso de Líderes de Religiões Mundiais e Tradicionais.
D. Paul Richard Gallagher apontou, em julho, a um possível encontro entre o Papa e Cirilo, durante este evento.
“Acredito que, se o patriarca e o Santo Padre viajarem ao Cazaquistão para esta grande conferência das religiões mundiais, sim, haverá um encontro. Temos de tentar superar as dificuldades e incompreensões para a unidade da Igreja”, indicou.