O advogado de Bruno de Carvalho considera que a decisão do Tribunal do Barreiro de libertar o seu cliente foi "boa e ponderada".
Em declarações à RTP, José Preto diz que "faltam indícios" contra Bruno de Carvalho, parecem "meras suposições".
O advogado chega mesmo a classificar o processo como "uma maquinação".
Preto acrescenta que a decisão de libertar o ex-presidente do Sporting é “de alguma moderação entre duas posições 'extremadíssimas' que são, por um lado, a inconsistência das suposições apresentadas pelo Ministério Público como se fossem indícios e, por outro lado, o radicalismo da defesa dos critérios definidos pela jurisprudência do Tribunal Europeu dos Direitos do Homem.
Questionado sobre se vai avançar para a abertura da fase de instrução, José Preto respondeu "obviamente que sim" até porque está pronto a ir até às últimas consequências.
Precisamente a RTP garante que Bruno de Carvalho está acusado de 101 crimes e coautoria moral do ataque à Academia de Alcochete. Incluindo um de terrorismo e 38 de sequestro.
Bruno de Carvalho e Mustafá vão aguardar julgamento em liberdade, mas sujeitos a apresentações regulares às autoridades.
Carlos Delca, juiz de instrução criminal do caso, não aplicou as medidas mais gravosas de coação aos dois suspeitos de envolvimento no caso de Alcochete, que seria a prisão preventiva, à semelhança do que aconteceu com os outros 38 suspeitos de envolvimento no caso. O juiz considerou que não existem indícios fortes o suficiente para a aplicação das medidas de coação previstas nos artigos 200º e 202º.
Bruno de Carvalho e Mustafá ficaram, no entanto, sujeitos a termo de identidade e residência, e são obrigados a apresentar-se diariamente no posto criminal das respetivas áreas de residência, e ainda a prestação de uma caução de 70 mil euros.