A Ordem dos Psicólogos reconhece maior procura de tratamentos de saúde mental por parte de jovens em casas de acolhimento.
De acordo com os dados do relatório CASA, da Segurança Social, divulgados esta segunda-feira no “Jornal de Notícias”, em 2021, mais de um terço dos menores tinha acompanhamento psicológico regular e mais de 25% fazia medicação psiquiátrica.
Em declarações à Renascença, a vice-presidente da Ordem dos Psicólogos sublinha que os "dados não são surpreendentes, mas não deixam de ser preocupantes".
Renata Benavente estabelece uma associação direta entre estes números com "o aumento do grupo etário que está no acolhimento". Ou seja, "crianças e jovens mais velhos e com mais dificuldades ao nível da saúde psicológica", esclarece.
"Há um agravamento das circunstâncias destas crianças e jovens e, por outro lado, falta capacitação por parte dos profissionais”, acrescenta.
Renata Benavente admite que, "ainda no momento prévio à decisão de acolher a criança, muitas delas já necessitariam de cuidados de saúde psicológica".
A vice-presidente da Ordem dos Psicólogos alerta para a "escassez de recursos, nos serviços públicos, nomeadamente, nos centros de saúde".
Apesar de, nos últimos cinco anos, se verificar uma diminuição do número de jovens em casas de acolhimento, registou-se um aumento dos pedidos de ajuda psicológica.