As sondagens do fim de semana, que mostram um empate técnico entre o PS e o PSD para as eleições legislativas, acabaram por dar o mote e chamar o Partido Socialista a jogo.
Se o PSD vencer as eleições legislativas sem maioria, o PS está disponível para viabilizar um Governo social-democrata? O desafio foi deixado no congresso do PSD, em Santa Maria da Feira, por Luis Montenegro e Miguel Poiares Maduro.
Enquanto espera pela resposta de António Costa, o líder do PSD vai mantendo o discurso de sempre: que as eleições se ganham ao centro e é aí que o partido deve apostar.
Salvador Malheiro, vice-presidente de Rui Rio, diz em entrevista à Renascença que o foco está ao centro, nomeadamente, “no centro moderado que vai desde o centro direita ao centro esquerda profundo”.
“É nesse contexto que vamos para eleições”, garante Salvador Malheiro, que afasta qualquer hipótese de coligações ou entendimentos com o Chega, de André Ventura.
“Ficou completamente claro que uma coligação com o Chega está fora de questão, porque o Chega não se moderou”, respondeu o vice-presidente do PSD no final do congresso do partido.
Salvador Malheiro acredita que o PSD vai ganhar as eleições de 30 de janeiro, mas se isso não acontecer diz que é importante dar um sinal ao país para que os portugueses percebam que “Rui Rio é extremamente responsável e que tem sentido de Estado”.
O “vice” social-democrata reforça a ideia que é importante dar estabilidade a quem ganha as eleições. Malheiro entende que Rio já deu o exemplo ao disponibilizar-se para viabilizar um Governo socialista e, por isso, pode agora desafiar o PS a fazer o mesmo.
Num balanço do congresso do PSD, Salvador Malheiro destaca a união do partido. “Aqueles que até num passado recente fizeram oposição a Rui Rio mostraram a enorme disponibilidade para ajudar no grande embate que será as eleições legislativas”, garante Salvador Malheiro, que tem a certeza que o PSD sai do congresso fortalecido e mais unido.