A União das Misericórdias Portuguesas mostrou-se esta quinta-feira sensível às reivindicações de aumentos salariais dos trabalhadores, mas diz ser impossível responder-lhes enquanto o Estado não ajudar a cobrir o aumento dos custos de funcionamento das respostas sociais.
Trabalhadores das Santas Casas das Misericórdias estão hoje em greve por aumentos salariais, uma paralisação que levou ao encerramento de creches e jardins-de-infância assim como ao funcionamento em serviços mínimos de alguns lares, segundo um balanço feito à Lusa por Catarina Fachadas, do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP).
Entre as reivindicações, os trabalhadores exigem aumentos salariais, o pagamento das diuturnidades e uma remuneração extra quando trabalham em dia de feriado, explicou a sindicalista durante o protesto, que decorreu hoje de manhã em frente à sede da União das Misericórdias Portuguesas (UMP).
Em declarações à Lusa, o gabinete de imprensa da UMP salientou a importância do trabalho dos funcionários, "essencial nos cuidados que são prestados aos utentes", garantindo ter como "preocupação permanente" a "melhoria das suas remunerações, carreiras e condições de trabalho".
"Contudo, o aumento sistemático dos custos de funcionamento das respostas sociais, sem que até ao momento o Estado tenha correspondido ao sobrecusto, leva a que não seja possível, do ponto de vista da sustentabilidade das instituições dar resposta a todas as exigências dos nossos trabalhadores", concluiu.
Os trabalhadores acusaram hoje as SCM e a UMP de não cumprirem a portaria publicada há pouco mais de um ano e que veio estender os direitos dos trabalhadores das IPSS a todos os trabalhadores das Santas Casas, acabando com a discriminação entre os trabalhadores do setor social.
No entanto, Catarina Fachadas disse hoje que nem todas as instituições têm cumprido esse diploma e que existem diferentes realidades no país, com muitos trabalhadores há mais de uma década sem aumentos salariais ou direito a outras regalias.