David Rosh Pina, que vive em Telavive, diz que os ataques deste sábado a Israel são "o pior que já viu" desde que se mudou para o país, há cerca de sete anos.
O português, que trabalha na cidade e é responsável pelas páginas de Turismo de Telavive, conta à Renascença que começaram a soar sirenes e que se deslocou para o abrido do apartamento em que vive.
"Geralmente, quando é a interceção de um rocket, ouve-se um som. Quando o rocket cai, é outro som. Dava para perceber que os rockets estavam a atingir", refere.
"É como se um rocket caísse no centro de Lisboa", exemplifica.
O português acredita que os números de mortos e feridos são mais elevados dos que estão a ser veiculados oficialmente.
David Rosh Pina considera que "a situação militar não está segura" e que os rockets são uma manobra de diversão para "uma incursão terrestre".
"A surpresa é enorme. As pessoas estão completamente chocadas. Estão a comparar isto ao 11 de setembro", indica.
"As pessoas estão com medo de uma intervenção do Hezbollah. Seria uma questão existencial. Estaríamos a falar de um grupo que não tem rockets, tem mesmo mísseis", relata, ainda.
A conversa de David Rosh Pina com a Renascença foi interrompida pelo soar de sirenes, que resultaram de um novo conjunto de rockets que foram enviados contra Telavive.
O português voltou a retomar o contacto e admite que "não sabe" se vai continuar a viver em Israel ou não, apontando para a degradação da política interna de Israel e um possível conflito também com o Irão.
Israel declarou o estado de guerra após as milícias palestinianas de Gaza, lideradas pelo movimento islâmico Hamas, terem lançado uma operação surpresa sem precedentes, com o lançamento de mais de mil foguetes e infiltrações em território israelita.
Pelo menos 232 palestianos e 200 israelitas morreram devido aos combates deste sábado.