O ministro da Defesa manifestou-se confiante, esta terça-feira, na aprovação na Assembleia da República da reforma das Forças Armadas, apesar de algumas críticas de antigos chefes militares, estimando que o processo fique concluído no prazo de dois meses.
Em declarações aos jornalistas, à margem de uma visita ao Instituto das Telecomunicações (IT) em Aveiro, o ministro João Gomes Cravinho disse estar "muito confiante" de que esta reforma "será amplamente acolhida" na Assembleia da República.
"Tenho demonstrado toda a abertura para o diálogo com os diferentes partidos políticos. Tem havido uma muito boa recetividade. Nem toda a gente está plenamente de acordo, mas estou muito confiante que haverá uma maioria muito alargada na Assembleia da República a favor", disse o ministro.
O governante disse ainda ver com normalidade as críticas que têm sido feitas por vários ex-militares, incluindo do antigo presidente da República, Ramalho Eanes, e do presidente da Associação 25 de Abril, Vasco Lourenço.
"São as mesmas pessoas que sempre se opuseram a todas as reformas anteriores e, provavelmente, irão opor-se a outras reformas no futuro. Portanto, vejo com toda a naturalidade e não tenho particulares comentários a fazer", disse.
As propostas do Governo que alteram a Lei de Defesa Nacional e a Lei Orgânica das Forças Armadas, aprovadas em Conselho de Ministros no dia 8 deste mês, centralizam competências no chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas (CEMGFA).
Em março, o Presidente da República convocou reuniões do Conselho de Estado e do Conselho Superior de Defesa Nacional para ouvir estes dois órgãos de consulta sobre esta reforma.
Segue-se agora o debate na generalidade na Assembleia da República, a 12 de maio, e análise na especialidade das propostas do Governo.
"Em democracia é assim que as coisas devem funcionar e, portanto, estamos aqui no meio de um processo que está a avançar com toda a naturalidade e que eu julgo que deve estar concluído no prazo de um mês e meio a dois meses", disse João Gomes Cravinho.
Durante a visita ao IT, o ministro assistiu a uma apresentação do projeto "Space Surveillance and Tracking", que tem por objetivo detetar objetos que, deslocando-se em órbitas próximas à Terra, possam constituir um perigo real para as infraestruturas espaciais e para os cidadãos.
Ainda durante a tarde, o ministro visitou o Regimento de Infantaria n.º 10, em São Jacinto - Aveiro, que apronta o 2.º Batalhão de Infantaria Paraquedista.