A ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, rejeita sair do cargo, depois deste domingo em que morreram pelo menos 27 pessoas na sequência de incêndios.
"Estou empenhada a trabalhar numa situação que é extraordinária", afirmou aos jornalistas.
"Para mim seria mais fácil, pessoalmente, ir-me embora e ter as férias que não tive, mas agora não é altura de demissões", afirmou a ministra depois de questionada varias vezes sobre as suas condições para permanecer no cargo.
Constança Urbano de Sousa diz que a sua saída não resolveria "os problemas estruturais".
A ministra atribui as dificuldades sentidas pelos bombeiros ao elevado número de ignições, considerando que parte da responsabilidade está do lado das pessoas que têm "um comportamento negligente".
Pelo menos 29 pessoas morreram nos mais de 500 incêndios que deflagraram no domingo, o pior dia do ano em fogos, revelou a Autoridade Nacional da Protecção Civil (ANPC). Há ainda a registar 51 feridos.
O primeiro-ministro, António Costa, anunciou que o Governo assinou um despacho de calamidade pública, abrangendo todos os distritos a norte do Tejo, para assegurar a mobilização de mais meios, principalmente a disponibilidade dos bombeiros no combate aos incêndios.
Portugal accionou o Mecanismo Europeu de Protecção Civil e o protocolo com Marrocos, relativos à utilização de meios aéreos.
Esta é a segunda situação mais grave de incêndios com mortos este ano, depois de Pedrógão Grande, no verão, um fogo que alastrou a outros municípios e que provocou 64 mortos e mais de 200 feridos.