O ministro da Presidência, António Leitão Amaro, anunciou esta quinta-feira duas novas medidas para o setor da Educação: um concurso extraordinário de vinculação de professores e um subsídio para docentes deslocados em escolas com carências, no valor de entre 70 e 300 euros.
O Conselho de Ministros aprovou as duas novas medidas - que ainda vão ser sujeitas a negociação com os sindicatos - e outras anteriormente anunciadas pelo ministro da Educação.
O concurso extraordinário de vinculação de professores destina-se a disciplinas e escolas onde há maior falta de docentes, detalhou o ministro da Presidência.
"A segunda medida é a criação de um subsídio à deslocação para estas escolas com carências. Vai ser atribuído a quem estiver a mais de 70 quilómetros entre a escola e o subsídio fiscal. O valor varia entre 70 e e 300 euros em função da distância", adiantou Leitão Amaro.
O objetivo é combater o problema dos alunos sem aulas devido à falta de professores. "Acrescentamos duas novas medidas indispensáveis para o problema que já era sério e, hoje, com a informação que temos, sabemos que é grave", afirmou António Leitão Amaro, em conferência de imprensa.
O ministro fala numa "situação difícil" de falta de professores no país e numa "falha estrutural" que vai demorar tempo a resolver.
"O Governo declarou desde o princípio que uma das principais prioridades é combater a falta de aulas, é um grande gerador de desigualdades, de perda de aprendizagens de prejudicar o percurso dos nossos alunos", sublinhou.
Além das medidas na área da educação, o Conselho de Ministros deu luz verde ao suplemento para as forças de segurança e o suplemento extraordinária para reformados com pensões mais baixas.
E um "apoio à estadia dos nossos professores”?
São medidas “positivas”, mas é preciso mais para resolver o problema da falta de professores, diz à Renascença o presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas.
Filinto Lima diz que é preciso um apoio à estadia dos docentes, caso contrário o "problema fica mal resolvido".
“São medidas positivas. Eu só lamento é que destas medidas não sobressaia outra, que é o apoio a estadia dos nossos professores”, reivindica.
O presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Pública recorda que há professores “a centenas de quilómetros de casa e que estão a pagar duas rendas: a renda da casa que deixaram, onde viviam, e a renda da casa em que vão habitar durante um ano”.
Sem um apoio à estadia dos professores, o problema não é possível resolver o problema, sublinha.
“Sem isso o problema fica mal resolvido. Para resolver este problema da escassez de professores, é necessário apoiar os professores na deslocação, mas também na sua estadia e temos muitos professores do novo país que quererão seguramente ir para Lisboa e Vale do Tejo e para o Algarve, e que não irão porque não tem este tipo de apoio”, conclui.
[notícia atualizada às 21h17]