A presidente da Cáritas Portuguesa, Rita Valadas, considera insuficientes e "confusas" as medidas para tentar inverter a crise na habitação.
“Surgem cada vez mais problemas e não temos respostas para além das respostas pontuais”, afirma Rita Valadas, em entrevista à Renascença.
“A todos os níveis as respostas e os apoios que vêm são coisas pontuais que não permitem planear o futuro, nem corrigir as deficiências e as vulnerabilidades que nós temos”, reforça.
A responsável considera “confusas” as medidas apresentadas pelo Governo para combater os problemas relacionados com a habitação. “É muito confuso porque aquilo que nós vemos é que há cada vez menos soluções”, afirma.
Rita Valadas afirma que falta “um olhar holístico sobre o problema e que todas as disciplinas concorram para encontrar uma solução, porque não pode ser um de cada vez, nem uma instituição sozinha”.
Por outro lado, a Presidente da Cáritas diz que “não podemos continuar a dizer que estamos com indicadores fantásticos a nível macro”, enquanto “as pessoas viverem sem soluções; sem soluções para a mesa, para a casa, para a energia, para tudo”.
E porque a crise financeira não parece abrandar, Rita Valadas mostra-se também preocupada “com a sustentabilidade da Cáritas”.
“No domínio das preocupações elas centram-se muito na questão da sustentabilidade. Na dificuldade que há cada vez mais do ponto de vista das respostas protocoladas concretizar as obrigações que a Cáritas acorda com as disponibilidades financeiras que lhe são dadas”, explica.