Milhares de participantes na "Marcha contra Marraquexe", organizada por movimentos de extrema-direita, 'atacaram' este domingo a sede da Comissão Europeia em Bruxelas, sendo dispersados com gás lacrimogéneo e jatos de água pela polícia.
Os manifestantes desrespeitaram a autorização para uma manifestação 'estática' na rotunda de Schuman e desceram até à sede da Comissão Europeia, atirando petardos contra o edifício e destruindo o que puderam à sua passagem.
Meia hora depois do início dos distúrbios, a polícia belga interveio com um canhão de água e, posteriormente, com gás lacrimogéneo para dispersar os mais de cinco mil participantes nesta marcha contra o Pacto Global para a Migração, adotado na segunda-feira na cidade marroquina de Marraquexe.
A marcha deste domingo - tal como outra que está a decorrer na cidade a favor do pacto de migração - tinha sido proibida pelas autoridades de Bruxelas, mas, na sexta-feira à noite, o Conselho de Estado suspendeu a interdição.
Os participantes na "Marcha contra Marraquexe", convocada por associações de direita e extrema-direita flamengas opõem-se ao Pacto Global para uma Migração Segura, Ordenada e Regular (GCM, na sigla em inglês), documento promovido e negociado sob os auspícios das Nações Unidas e adotado formalmente na segunda-feira em Marraquexe.
A "Marcha contra Marraquexe" foi lançada em plena crise do Governo belga. No sábado, ministros nacionalistas flamengos da coligação governamental demitiram-se devido a divergências sobre o Pacto Global para a Migração.