Sérgio Conceição, treinador do FC Porto, deixa ficar para trás a eliminação da Liga dos Campeões frente ao Arsenal para se focar no que resta da época. Em concreto, no jogo com o Vizela neste sábado.
Em conferência de imprensa, o treinador espera acabar a época forte, como tem sido tradição desde que chegou ao FC Porto, explica que a pausa para as seleções será boa para baixar um pouco o ritmo e não abre o jogo em relação à disponibilidade de Alan Varela, que se lesionou em Londres.
Eliminação com o Arsenal e jogo com o Vizela: "Foi uma manhã difícil, com uma indisposição, mas agora já está a melhorar. O jogo passado faz parte da nossa vida no futebol, temos um sentimento de alguma injustiça perante uma equipa que, teoricamente, era mais forte do que nós. A nível individual, ninguém apostava em duas prestações fantásticas, mas o futebol é um recomeçar constante. Agora, é olhar para o que falta e enfrentar cada jogo como se fosse o último. É um jogo que ganha peso à medida que chegamos ao fim do campeonato".
Porto de Liga dos Campeões foi melhor do que no campeonato? "São contextos diferentes, jogos diferentes, características próprias. Vem entroncar no que tenho dito aqui ao longo dos anos: o mais difícil é trabalhar o plano mental. Cada dia é importante para se melhorar, evoluir, e alimentar a competitividade que tem de existir dentro de cada um. Uma outra geração encarava uma mera pedalinha no limite, para ganhar. Fomos falando da consistência ao longo da época, a equipa tem atingido um patamar muito positivo, mas nem sempre perfeito. Nem sempre foi possível, vamos atrás da estabilidade e de permitir à equipa que esteja sempre no máximo e no limite. Ir ao limite é o mínimo e tem de ser sempre assim todos os dias".
Previsão para o fim da época: "Normalmente acabamos as épocas de forma muito forte. A última época foi a segunda volta mais forte da história do clube, mas não foi suficiente. Há mudanças que se fazem, os jogadores chegam e precisam de um tempo normal e natural. Mas essa evolução tem de ser feita a ganhar. Esperamos acabar a época de forma forte e em alta para ir à procura do que ainda é possível".
Parabéns ao Benfica pela passagem: "Para bem do 'ranking', é bom que as competições europeias acabem o mais tarde possível para as equipas portuguesas. Infelizmente, só temos uma. Temos sido os que mais contribuímos. Esperamos que o Benfica tenha sucesso, dou os parabéns pela passagem".
Alan Varela está disponível? "Só fez trabalho de ginásio".
Pausa para as seleções pode ser má? "Não acho. Claro que queríamos dar continuidade e queremos competir, mas são pausas normais das seleções. Sinceramente, neste período, faz bem. Foram muitos jogos de intensidade altíssima. Amanhã temos mais uma batalha e depois uma pausa merecida para respirar um pouco. Para os jogadores que vão à seleção encontrarem ambientes importantes. É importante é que não estraguem. Não estou a falar para os selecionadores, é para eles próprios. O baixar, o relaxar e depois chegar aqui e meter a máquina a funcionar em alta rotação por vezes não é fácil. É esse o meu receio. E depois uma ou outra lesão que pode acontecer, mas que é normal".
Penáltis falhados por Wendell e Galeno: "Temos uma câmara de frio e eles vão lá para dentro e passado dois minutos e meio voltam para fora limpos. Não foi o Wendell e o Galeno a falhar, foi a equipa. Não é um problema. Problema era se numa situação de jogo eles não cumprirem. Fizeram um excelente jogo. Todos nós sofremos como eles. Não são eles os responsáveis, o principal responsável sou eu, sempre. Não afeta minimante. Claro que ficamos desagradados com a nossa eliminação, mas não passa disso".
Galeno na seleção brasileira: "Fiquei muito feliz pela chamada do Galeno assim como a do Wendell. Existem tantas e diferentes soluções e fico extremamente feliz por terem sido chamados dois jogadores do FC Porto. Houve alguma polémica com o Galeno e posso levantar um pouco o véu. Falei com o selecionador nacional há uns meses e ele pediu-me para sensibilizar o Galeno para escolher a seleção portuguesa. Assim o fiz e contei ao Galeno a minha conversa com o selecionador nacional, além de lhe ter dado a minha opinião sobre o que ele poderia fazer. Disse-lhe que a jogar em Portugal tem mais probabilidade de ser chamado à seleção portuguesa do que à brasileira. Entretanto passaram-se sete, oito ou nove convocatórias e ele nunca foi chamado. E agora chegou a seleção do Brasil e convocou-o. Está tudo dito".
[notícia atualizada às 16h09]