O risco de derrocada do talude de uma pedreira, em Estremoz, está na origem do encerramento temporário ao trânsito, a partir desta quarta-feira, de uma das principais entradas da cidade alentejana.
O trânsito é cortado, num troço de 300 metros, entre a Avenida de Santo António, que liga Estrada Nacional 4 (EN4) ao centro de Estremoz e afetará, sobretudo, os automobilistas que se deslocam no sentido Elvas-Borba.
Desde 2019 que a situação está sinalizada. Três anos depois desta primeira avaliação, efetuada na sequência da derrocada em Borba, o autarca de Estremoz, José Daniel Sádio, decidiu, por questões de segurança, que era tempo de pedir um novo parecer ao Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC).
“O relatório do LNEC é muito claro. Em função daquilo que foi a sua vistoria no local, recomenda que se proceda ao encerramento daquele troço”, afirma, à Renascença, José Daniel Sádio.
O presidente da Câmara Municipal de Estremoz diz que “há risco”, embora não seja “um risco iminente de derrocada”.
“O risco que existe é que o talude onde assenta a base da estrada, mediante fenómenos extremos da natureza que não controlamos, pode levar a uma derrocada e a estrada está a menos de três metros do talude, com um plano de água que fica demasiado próximo”, explica o autarca.
Aprovado concurso com carácter de urgência
Proprietária, desde 2021, desta pedreira desativada, é ao município que cabe a solução de um problema que só vai ficar resolvido em definitivo, quando for feito o seu aterro.
Até lá, há que fazer um estudo hidrogeológico para se perceber o ciclo da água que está no interior da pedreira, numa operação que deve ser realizada entre “um a cinco anos”, de acordo com a recomendação do LNEC.
Quanto ao troço encerrado, esta quarta-feira, o presidente do município reconhece que a situação vai provocar “transtornos à população”, a quem pede “paciência”, mas também “às forças de segurança, emergência e socorro”, assim como “às empresas” do concelho.
Por isso mesmo, o executivo camarário decidiu fazer “uma revisão do orçamento”, estando agora a ser “desenvolvido o concurso com carácter de urgência”, para criar na avenida que agora encerra, um desvio.
“Este desvio permitirá aproximar a via mais o cemitério, e afastá-la em cerca de 30 metros, a lei só exige 15 metros, do talude”, descreve, José Daniel Sádio.
O autarca espera que “em setembro próximo”, já existam “condições para abrir o troço” agora encerrado, sendo que “iremos criar uma via asfaltada que permita, enquanto não chega uma nova ligação, voltarmos a ter condições para que o trânsito, entre e saia de Estremoz por aquele acesso”.
A médio prazo, o município pretende fechar em definitivo esta entrada da cidade, assim se concretize a nova ligação da EN4 a Estremoz, com o prolongamento da Avenida Rainha Santa Isabel.