Ao terceiro dia de conflito no Sudão, o número de civis mortos subiu para 97, de acordo com o sindicato dos médicos do país, citado pelo Al Jazeera.
No entanto, e segundo o Comité Central dos Médicos do Sudão, os números devem estar desfasados da realidade, visto que não deverão incluir muitas das vítimas que não tenham conseguido chegar ao hospital, devido às dificuldades de movimentação no país.
O mesmo sindicato regista, pelo menos, 942 feridos e dezenas de forças de segurança mortos.
Contudo, a Organização Mundial de Saúde (OMS) apresenta dados distintos, nota a BBC. O organismo internacional aponta para, no mínimo, 83 vítimas mortais e mais de 1.100 feridos desde quinta-feira, momento em que as Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês) se começaram a mobilizar na capital e noutras cidades do Sudão.
Três funcionários do Programa Alimentar Mundial (PAM), da ONU, foram mortos em confrontos registados na base militar de Kabkabiya, na região Oeste do país.
Os confrontos entre o exército do país e este grupo paramilitar, que começaram na manhã de sábado, centram-se numa disputa de poder entre o atual presidente sudanês, o general Abdel Fattah al-Burhan, e o vice-presidente Mohamed Hamdan Dagalo, que comanda o RSF - também conhecido como Hemedti.
O palco principal do conflito acaba por ser a capital, Cartoum, na qual as Forças de Apoio Rápido dizem ter conquistado o controlo do palácio presidencial, da residência do chefe do exército e do aeroporto internacional da cidade - algo que as forças armadas do país negam.
O RSF promete continuar a lutar até conquistar todas as bases militares do país. Já o exército sudanês descarta negociações até à dissolução deste grupo paramilitar.