Ficou resolvido o problema que deixou os trabalhadores dos Registos e Notariado impedidos de trabalhar desde a madrugada desta terça-feira, devido a uma falha generalizada nos sistemas informáticos da Justiça cuja origem ainda não foi esclarecida.
O Citius, principal sistema de gestão processual nos tribunais, voltou a funcionar esta terça-feira da parte da tarde.
A informação foi avançada à Renascença pela Associação Sindical de Juízes e pelo o Sindicato dos Magistrados do Ministério Público.
Esta terça-feira-feira amanheceu com os vários agentes da justiça a não conseguirem aceder a registo e processos. Os trabalhadores dos registos e notariado, juízes, procuradores, funcionários judiciais e advogados não conseguiam trabalhar.
Os cidadãos estavam também impedidos de renovar documentação, escrituras, casamentos civis, transmissões de propriedade, entre outros atos.
"Trata-se de um problema de comunicações que está a afetar o acesso aos sistemas e que estamos a procurar solucionar com a maior brevidade possível", indicou o Ministério da Justiça em resposta escrita enviada à Renascença.
Durante a manhã, Adão Carvalho, do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público, disse à Renascença que o Citius estava sem funcionar.
"Quanto ao Citius está completamente inacessível, assim como o email profissional, o que provoca enormes transtornos, porque os tribunais, não obstante estarem em férias judiciais, estão abertos para o serviço urgente e há detidos à espera de despacho para interrogatórios, ou internamentos compulsivos que estão parados porque não há sistema", explicou Adão Carvalho.
"Uma vez que o problema existe desde a meia-noite era importante que o (Instituto de Gestão Financeira e Equipamento da Justiça (IGFEJ) já tivesse transmitido para quem trabalha na Justiça que existe um problema e qual a expectativa de resolução do problema, para que os magistrados saibam quando podem praticar os atos que estão parados", criticou o sindicalista.
Arménio Maximino, do Sindicato dos Trabalhadores do Registo e Notariado, lamentou, por outro lado, que ainda não se tenha passado "das palavras à ação" no que toca à atualização destes sistemas.
"Estamos sem acesso às aplicações informáticas, à internet e aos emails, o que não nos permite receber pedidos online e não permite efetuar o atendimento de todo o serviço para o qual é necessário recorrer às aplicações", indicou à Renascença.
Esta é uma "situação lamentável", adianta, "e não é a primeira vez que acontece; as aplicações informáticas existentes são completamente datadas e é preciso investir no setor e passar verdadeiramente das palavras à ação no que diz respeito à transição digital."
A Renascença aguarda mais esclarecimentos da parte da Procuradoria Geral da República, nomeadamente para perceber se se trata de uma falha interna ou se o 'crash' é decorrente de um potencial ciberataque.
[atualizado às 16h14]