A liberalização do aborto abriu portas a que muitas mulheres interrompam a gravidez sem uma razão válida. A preocupação dominou o primeiro dia do congresso da Federação Portuguesa pela Vida, em Lisboa, dedicado ao tema "Os desafios da vida e dos tempos".
Foram várias as associações que deram o testemunho da ajuda que têm dado a muitas mulheres, mas houve tempo também para analisar dados oficiais da Direcção-Geral da Saúde que mostram a realidade do aborto em Portugal.
Os números são preocupantes e é a isto que a legalização do aborto está a abrir portas, afirmou o vice-presidente da Associação de Famílias Numerosas, Francisco Vilhena da Cunha.
“Em Portugal, na situação demográfica em estamos, por cada mil crianças que nascem há outras 200 que são abortadas por opção. Praticamente, 20 mil abortos são feitos por ano. Cerca de dois terços dos abortos, 70%, são realizados em instituições públicas, outros 30% são realizados em instituições privadas.”
Francisco Vilhena da Cunha diz que a idade das mães que mais optam pela prática do aborto está abaixo dos 20 anos.
“Há um aumento consistente dos abortos, face ao número de nascimentos nas mães com menos de 20 anos, e não falamos apenas de mães menores, temos aqui mães com 18, 19, 20 anos. O que nós vemos é que numa mãe que vive com o pai do seu bebé, felizmente, não é tão grande o número de gravidezes que terminam em aborto”, argumenta o vice-presidente da Associação de Famílias Numerosas.
Joana Tinoco, da Associação Apoio à Vida, diz que a marca fica sempre registada nas mulheres que abortam e lembra o que muitas lhe dizem: “A caminho de lá, eu ia o caminho todo a dizer: espero encontrar alguém que me faça desistir desta ideia”.
Neste primeiro dia do congresso da Federação Portuguesa pela Vida também saiu um alerta para o aumento da utilização da pilula do dia seguinte. Só no último ano foram vendidas mais de 17 mil embalagens.
O congresso termina este sábado. Em cima da mesa vai estar o tema da dignidade da vida humana e a política ao serviço do homem e da vida.