​“Quilómetros a mais” e “reforçar a despensa”. Português na rota dos protestos em França
30-01-2024 - 14:22
 • Maria João Costa , Cristina Nascimento

Gregory Poseiro é camionista e contou à Renascença como tem sido trabalhar nas estradas francesas condicionadas pelos protestos dos agricultores.

O protesto dos agricultores franceses está a obrigar os camionistas portugueses a reprogramarem as suas viagens. As estradas cortadas já levaram a atrasos de mais de 12 horas na entrega de mercadorias e muitos quilómetros a mais.

“Metem aqueles rolos de palha no meio da estrada a fazer os bloqueios e depois somos obrigados a fazer desvios por aldeias muito pequenininhas, onde, às vezes, o camião mal passa. Atrapalha porque temos de fazer vários quilómetros de diferença”, descreve à Renascença Gregory Poseiro.

Voltas a mais que implica atrasos nas entregas, reconhece.

”Esta semana, à ida para cima [Países Baixos], com os bloqueios todos que apanhei, devo ter perdido aí 12 ou 13 horas, de certeza”, assegura.

Gregory, português de origem francesa, é motorista da Transwhite e esta terça-feira volta a fazer-se à estrada. Não será só mais uma viagem. É preparada de forma particular, tendo em conta o cenário.

“Temos que precaver as situações, reforçar um bocadinho a despensa dentro do camião, levar mais comida”, diz, acrescentando que não sabem “o que vamos encontrar”.

“Podemos ficar bloqueados na estrada, sem ter acesso a um supermercado“, reforça.

Questionado sobre a presença das autoridades, Gregory Poseiro explica que “quando estão a fazer os bloqueios têm sempre lá a polícia”, mas, arrisca, terão “indicações para não agir, não podem fazer nada”.