"Lamentável" é a palavra que a reportagem da Renascença mais ouviu, na manhã desta quarta-feira, de cidadãos, nas ruas de Vila Nova de Gaia e do Porto sobre os acontecimentos.
A turbulenta eleição do presidente da Assembleia da República é criticada pela generalidade das pessoas abordadas. Algumas mostram-se mais condutentes: "Parece um bando de garotos."
Muitos dos escutados pela reportagem da Renascença sugerem que tem de haver acordo: "O senhor Luís Montenegro tem de dialogar com todos, não interessa se são da esquerda ou de direita."
O início da nova legislatura foi marcado pela não-eleição do presidente da Assembleia da República, apesar de três tentativas.
Na primeira eleição do presidente do parlamento, feita por voto secreto, estava apenas o nome do deputado do PSD José Pedro Aguiar-Branco como candidato. O antigo ministro da Defesa obteve 89 votos a favor, 134 brancos e sete nulos.
Cerca de uma hora depois o PSD retirou a candidatura, mas pelas 19h00 o antigo ministro da Defesa voltou a reapresentá-la.
Pela mesma hora, o PS decidia avançar com a candidatura de Francisco Assis e o Chega de Manuela Tender.
Na primeira volta, o socialista vence por uma margem curta (90 contra 88 de Aguiar-Branco) e a deputada do Chega ficaria pelo caminho com 49 votos.
À segunda volta - terceira tentativa de eleição -, repete-se novo falhanço, com resultados muito semelhantes: 90 votos para Assis e 88 para Aguiar-Branco, sem que nenhum conseguisse a necessária maioria absoluta de votos favoráveis.