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Os utentes do lar de Famalicão que no sábado ficou sem funcionários devido à Covid-19 vão ser transferidos para o Hospital Militar do Porto, revelou à Lusa fonte oficial da autarquia famalicense este domingo.
Em causa estão “32 utentes” e um processo que vai começar “brevemente, ainda hoje”, estando o transporte entre Famalicão, no distrito de Braga, e o Porto assegurado “por ambulâncias de corporações do concelho [de Famalicão], no caso dos idosos sem mobilidade, e por viaturas militares”, disse a mesma fonte.
A solução para os utentes do lar que ficou sem funcionários depois de os 18 que ali trabalham terem ficado “ou com teste positivo para coronavírus ou em quarentena” foi “concertada entre a Câmara de Famalicão, a Proteção Civil distrital de Braga e as autoridades de saúde”, acrescentou.
Fonte da Câmara de Famalicão esclareceu ainda que é a Proteção Civil Distrital que está a coordenar o transporte entre Cavalões, Famalicão, e aquela unidade hospitalar do Porto, situados a uma distância de cerca de 45 quilómetros e 40 minutos.
No sábado, a proprietária e gerente da Residência Pratinha, Teresa Pedrosa, disse à Lusa que, perante a situação de 18 funcionários daquele equipamento, os 33 utentes estavam a ser acompanhados por ela, a diretora técnica, "que está grávida", e uma enfermeira.
A responsável do lar pedia auxílio para reintegrar os utentes ou arranjar pessoas “para ajudar”.
Segundo Teresa Pedrosa, a Segurança Social disse que, estando em causa "um lar privado, o caso tem de ser tratado com a Saúde Pública".
"A delegada de saúde disse que temos que ficar com eles, o que é impossível", afirmou a responsável.
O mais velho dos utentes tem 94 anos e o mais novo 55, "mas tem HIV". "São pessoas de alto risco", alertou.
A Administração Regional de Saúde do Norte (ARS-N) esclareceu hoje que as autoridades determinaram "procedimentos para controlo da pandemia" no lar de Famalicão após informação sobre "caso/s com quadro compatível" de infeção.
Em comunicado, a ARS-N destacou que, "entre outras medidas, foi determinado o isolamento profilático e vigilância ativa de todos os utentes e profissionais da instituição, enquanto contactos próximos dos casos identificados" no lar.
De acordo com a ARS-N, "na sequência das medidas determinadas, a instituição estabeleceu articulação com a Câmara local e o diretor do Centro Distrital de Segurança Social de Braga, no sentido de assegurar os cuidados aos utentes".
A ministra da Saúde disse hoje que estas instituições devem ter planos de contingência para responder à pandemia.
"Preocupa-nos a circunstância que está a ocorrer concretamente em Famalicão, na medida em que estas instituições, que são instituições privadas ou IPSS, têm de ter um plano de contingência", que "tinham de ter pensado", seguindo informações divulgadas "há bastantes dias, para não dizer semanas", disse Marta Temido.
A governante deu como exemplo a necessidade de haver equipas a trabalhar em turnos ou de haver recursos humanos "de segunda linha" preparados para a possibilidade de serem acionados.
Portugal tem 14 mortes associadas ao vírus da covid-19 confirmadas, mais duas do que no sábado, e 1.600 pessoas infetadas, segundo o boletim de hoje da Direção-Geral da Saúde (DGS).
Evolução do coronavírus em Portugal