Foi assinado esta segunda-feira de manhã o acordo de cooperação militar entre Portugal e Moçambique. O acordo tem a duração de cinco anos e inclui a formação de forças especiais, fuzileiros e comandos moçambicanos.
O ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, explica que, com este entendimento, vai aumentar a presença de militares portugueses no terreno.
“Adicionou-se um projeto importante de formação de militares moçambicanos, forças especiais, e o resultado é que o programa-quadro terá uma quadruplicação do número de efetivos portugueses a trabalhar com as suas contrapartes em Moçambique”, explicou o governante, em Oeiras, no encontro com o seu homólogo moçambicano.
Do lado de Moçambique, Jaime Neto congratulou-se com a renovação deste programa de apoio de Portugal.
“Acreditamos que vai continuar a ajudar Moçambique na componente da formação, e outros projetos que foram acrescentados. Vamos trabalhar no sentido de tirarmos todo o proveito possível”, assegurou, sublinhando que só com a ajuda da comunidade internacional será possível enfrentar a ameaça do terrorismo em Moçambique, que já causou mais três mil vítimas.
“O país está a ser agredido por forças estrangeiras, o terrorismo. Neste momento estamos a contabilizar cerca de duas mil pessoas que perderam a vida, entre civis e militares, incluindo a parte dos terroristas. Temos cerca de 800 mil pessoas deslocadas das suas casas”, relata.
O ministro moçambicano da Defesa reconhece que “é um sofrimento que achamos que a comunidade internacional deve abraçar para poder apoiar os esforços das forças de segurança de Moçambique para contermos este mal”.
O governante considera que toda a ajuda será pouca para ajudar Moçambique a combater o terrorismo que, segundo Jaime Neto, “terrorismo está associado a várias outras coisas”.
“Achamos que o tráfico de drogas também deve estar a acompanhar aquilo que está a acontecer em Moçambique, assim como o tráfico de órgãos humanos e também de crianças e mulheres, em particular. Então, penso que o treinamento que vai acontecer em Moçambique, para poder apoiar a nossa força a combater o terrorismo, devia também ser acompanhado por outros esforços de capacitar as nossas forças de defesa e segurança para melhor enfrentarmos este desafio”, remata o ministro.