Numa altura em que a maioria absoluta vive encharcada de casos e polémicas , Carlos César pede ao PS "um mais apurado sentido de orientação e, simultaneamente, o maior entusiasmo e o maior rigor nas condutas e na concretização das tarefas que nos cabem na ação governativa".
Ausente da sessão noturna que reuniu na estação fluvial do Tereiro do Paço todo o estado maior do PS, o presidente do partido enviou uma mensagem vídeo onde salienta que as "responsabilidades políticas actuais são intransferíveis", vincando isso "mesmo considerando todas as dificuldades que nos trouxeram eventos inesperados como a pandemia ou a guerra no leste europeu, ou a maior inflação internacional das últimas décadas".
Sem falar dos casos que têm marcado a ação do terceiro Governo de António Costa, o presidente socialista avisa o partido que "o que fazemos e o que fizermos, melhor ou pior, a nós deveremos". É ao PS que serão pedidas contas por quem depositou nele o voto:" os portugueses confiaram em nós; cabe-nos, assim, continuar a honrar a confiança dos portugueses".
César pede ainda que se prossiga o caminho encetado desde há sete anos.
Foi possível "evitar uma crise sistémica no sector bancário", foi possível "colocar as contas públicas em ordem" e recuperar "a confiança externa dos investidores e nos mercados financeiros". Mas, há um mas.
O PS precisa de "prosseguir esse caminho, associando-o ao provimento das carências sociais e infraestruturais que o País ainda detém", assume César, que reconhece que "o apoio que tantas pessoas hoje carecem com o surto inflacionário ou os encargos acrescidos dos créditos à habitação".
No plano externo também há desafios. César refere "a turbulência e cruzamento de interesses" que a Europa vive, "que prenuncia um novo ciclo", sendo essa "uma tarefa crescentemente exigente e insuscetível de ser negligenciada" por um partido que "reafirmou-se como factor de estabilidade e de coesão nacional".
Um César com mensagem à distância, numa estação fluvial no Terreiro do Paço, em Lisboa, à pinha, onde participou o Governo em peso - a ministra da Presidência, o ministro das Finanças, da Educação ou da Segurança Social - e onde sapareceram ex-ministros, casos de Eduardo Cabrita ou Pedro Marques e também o ex-Presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues.