Governo diz que “não é o momento" para pensar em subsídios de risco para profissionais de Saúde
21-04-2020 - 13:55
 • João Carlos Malta

Em relação à notícia do adiamento para maio dos aumentos salariais dos profissionais de saúde, ao contrário do que acontece com a restante Função Pública, o secretário de Estado da Saúde pediu desculpa pela falha e explicou-a com a complexidade do sistema de pagamentos e com as especificidades laborais da profissão.

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O Governo pensa que o surto do Covid-19 não traz as condições necessárias para que se pense em subsídios de risco para os profissionais de Saúde. Quem o disse foi o secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, na conferência de imprensa desta terça-feira, quando questionado sobre a possibilidade de os trabalhadores dos hospitais e outras unidades de cuidados médicos receberem compensações remuneratórias ou subsídios de risco.

Lacerda Sales justificou a decisão com as dificuldades que pessoas estão a passar, de forma generalizada por esta altura, por perda de rendimentos ou de emprego. “Não me parece que seja esta altura própria para se pensar em situações de compensação remuneratória ou subsídios de risco”, disse o governante.

O secretário de Estado da Saúde foi questionado sobre a notícia do adiamento para maio dos aumentos salariais dos profissionais de saúde, e pediu desculpa pela falha.

“Lamentamos esta situação, mas desde já que fique claro que esta situação será devidamente regularizada no próximo mês, com retroativos ao dia 1 de janeiro”, assegurou Sales.

No entanto, antes tinha enquadrado a situação e justificou o atraso com a “complexidade” da plataforma eletrónica utilizada para processar os salários, e as características laborais específicas dos profissionais de saúde. Sales argumentou que se trata de profissionais que “trabalham 24 horas por dia” e que têm “sistemas de trabalho complexos, trabalho noturno e trabalho suplementar”.

O mesmo explicou ainda que os vencimentos são pagos ao dia 21, sendo que os valores são processados até ao dia 14, e que por isso, “não houve grandes condições do ponto de vista técnico” dada a complexidade ara se fazerem as alterações devidas.

A conferência de imprensa diária começou com o número 2 do ministério da Saúde a dizer que, "pela primeira vez, a taxa de recuperados ultrapassa o número de óbitos diário".

"Foram realizados mais de 274 mil testes de diagnósticos à Covid-19. 70% dos quais já no mês de abril. Continuamos em estado de emergência e nunca é demais elogiar a atitude responsável dos portugueses. Mas não podemos deixar o medo vencer", acrescentou.

O governante disse também que “não se compreende” que haja pessoas que ficam nos hospitais internadas depois de terem alta da infeção de Covid-19 porque ninguém as vai buscar. O mesmo acrescentou que se têm “encontrado algumas soluções ao nível de respostas locais”.