Depois de Gaza, a Cisjordânia
06-09-2024 - 07:12

Netanyahu não se demite. Tal como prosseguiu a intervenção militar em Gaza sem cuidar da vida dos civis palestinianos, apesar dos avisos de Washington, não irá agora travar a violência dos colonos na Cisjordânia. Colonos a quem a intervenção militar em Gaza deu mais poder.

Na segunda feira passada o secretário-geral da ONU, António Guterres, acusou Israel de estar a alimentar “uma situação explosiva” na Cisjordânia – informou a Renascença. A mortandade em Gaza já ultrapassou os 40 mil mortos e não dá sinais de abrandar.

A guerra em Gaza levou Israel a dar mais poder aos seus colonos na Cisjordânia (território que é frequentemente designado por West Bank). Aí estão hoje instalados mais de meio milhão de colonos israelitas, que agora sentem poder atacar a tiro os palestinianos, pois o governo de Israel apoia os seus esforços para impedir que se venha a formar um estado palestiniano.

No governo de Israel são figuras importantes extremistas religiosos, que encaram a perseguição aos palestinianos pelos colonos israelitas como uma missão sagrada prevista na Bíblia. Teoricamente quem manda na Cisjordânia é a Autoridade Palestiniana, um organismo não por acaso desprestigiado e que pouco ou nada pode refrear a violência dos colonos.

Entretanto, os israelitas reagiram com fúria, em grande parte dirigida ao primeiro-ministro Netanyahu, ao serem descobertos os corpos de seis reféns que estavam prisioneiros do Hamas. Realizaram-se grandes manifestações e um dia de greve geral. Netanyahu foi publicamente acusado de sabotar todas as possibilidades de acordo com o Hamas, visando libertar os reféns.

Mas Netanyahu não se demite. Tal como prosseguiu a intervenção militar em Gaza sem cuidar da vida dos civis palestinianos, apesar dos avisos de Washington, não irá agora travar a violência dos colonos na Cisjordânia.