A participação nas eleições municipais deste domingo na Tunísia rondou os 33,7% dos votantes registados, uma percentagem esperada pelos partidos mas distante da desejada pela Instância Superior Independente para as Eleições (ISIE) que organizou a votação.
Num comunicado enviado aos meios de comunicação social, a ISIE estimou o total de votos em 1.796.154 dos mais de cinco milhões de tunisinos recenseados nesta eleição considerada fundamental para o futuro do país.
"O distrito de Monastir registou a maior percentagem de votantes, com 46%, enquanto no distrito central da capital tunisina (Tunes 1) votaram 26%", referiu o ISIE.
Contudo, a percentagem final na capital atingiu valores semelhantes aos de Monastir e Sfax, núcleo económico do país, juntamente com os votos de Tunes 2, que engloba as áreas metropolitanas da costa, onde reside a classe média alta.
As menores participações no ato eleitoral (15%) verificaram-se na região meridional de Tataouine, uma zona pobre junto à fronteira com a Líbia, e na região montanhosa de Kasserine, junto à fronteira com a Argélia, onde a percentagem de votantes se cifrou nos 11%.
Os números reportam-se à população registada, que é de mais de cinco milhões de pessoas face aos cerca de oito milhões com direito a voto, o que faz com que a percentagem global de votantes nestas eleições fique em cerca de 20%.
A ISIE admitiu, entretanto, a existência de alguns incidentes durante a abertura das urnas e da formação das mesas de voto ainda que, de forma geral, as eleições tenham decorrido com normalidade.
Ainda sem resultados oficiais, os conservadores islâmicos da Ennhada, principal força do Parlamento e parceiros do governo, anunciaram-se como vencedores das eleições, mas sem no entanto incluíram nas suas estimativas o resultado das listas independentes.
Segundo um gráfico apresentado pelo porta-voz do partido, Emad Khemiri, numa sala de imprensa a abarrotar, o Ennhada terá obtido 29% dos votos frente aos 19% do seu rival e aliado no governo, a formação laica Nidaá Tunis.
Segundo as sondagens internas dos partidos (as sondagens públicas estão proibidas) os independentes atingiram 60% dos votos.