A Ucrânia está perto de finalizar um acordo com seguradoras internacionais para cobrir os navios de cereais que atravessam o Mar Negro e usam os portos ucranianos.
O vice-ministro da economia da Ucrânia, Oleksandr Gryban, disse ao Financial Times que o acordo está "atualmente a ser perseguido e ativamente discutido" entre os ministérios relevantes, os bancos locais e os grupos internacionais de seguros, incluindo a Lloyd's.
O acordo, que poderá entrar em vigor no próximo mês, poderá cobrir entre cinco a 30 navios contra danos sofridos durante viagens no Mar Negro, esclareceu Gryban, que descreve as águas ucranianas como "ponto de perigo".
O risco será partilhado entre as seguradoras e um banco estatal, de acordo com o Financial Times. A parte pública do risco será assegurada pelo fundo estatal de estradas da Ucrânia.
Na passada sexta-feira, um cargueiro atravessou com sucesso o Mar Negro, da Ucrânia à Turquia, utilizando um corredor humanitário estabelecido por Kiev. O navio Joseph Schulte esteve preso no porto de Odessa durante um ano e meio antes de fazer a viagem para o Estreito do Bósforo - que divide Istambul - apesar do bloqueio russo.
A Ucrânia acredita que os seus mísseis conseguem proteger um corredor até uma distância de 160 quilómetros da sua costa. No entanto, um seguro com custos aceitáveis é essencial para a retoma da atividade comercial numa escala significativa, dados os riscos militares.
A Rússia saiu, em julho, do acordo de cereais do Mar Negro, que permitiu à Ucrânia exportar trigo e outros produtos através dos seus portos. Depois de sair do acordo, o Kremlin avisou que os navios a viajar de e para os portos ucranianos poderiam ser vistos como alvos militares.
Na semana passada, as forças russas dispararam tiros de aviso e embarcaram um navio de carga com bandeira de Palau - um pequeno país insular da Micronésia, no Oceano Pacífico - na zona sul do Mar Negro. O navio foi inicialmente identificado pela Ucrânia como sendo turco, e o ato foi descrito por um antigo comandante da NATO como "equivalente a pirataria".