Na segunda-feira, 18 de setembro, os preços dos combustíveis atingiram o valor mais alto do ano. Quinze dias depois, na passada segunda-feira, gasolina e gasóleo desceram 6 e 4 cêntimos o litro, respetivamente. O que se passa?
Basicamente, o petróleo bruto, que no corrente ano até setembro andou na casa dos 80 dólares o barril, no início desse mês chegou aos 92 dólares. E depois o barril de Brent foi subindo, chegando quase aos 97 dólares em 27 do mês passado. Várias previsões apontaram, então, para a probabilidade de o petróleo chegar em breve aos 100 dólares.
O encarecimento do Brent resultou sobretudo de cortes na produção, realizados pela Rússia, pela Arábia Saudita e por outros países da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo). Cortes que foram prolongados e agravados; a par disso, a produção petrolífera americana baixou no respeitante ao petróleo de xisto (“fracking”), tendo diminuído os “stocks” petrolíferos dos EUA.
Só que na semana passada o barril de Brent perdeu mais de 11% do seu preço. A 6 de outubro o Brent valia menos de 84 dólares e ontem, 10, transacionava a 87,6 dólares, como reflexo do reacender do conflito entre Israel e os palestinianos. Como se explica esta volatilidade no preço do “crude”?
De facto, parece ter-se entrado num período de grande volatilidade de preços no mercado de “crude”. Todos querem aproveitar o petróleo enquanto fonte de energia, enquanto dura. Mas todos sabem que, mais ano, menos ano, o petróleo deixará de ser fonte de energia, sendo substituído por fontes menos poluentes. Ora um investidor que, agora, aposte num novo campo petrolífero não está seguro de que o petróleo tenha procura quando – daqui a vários anos – esse campo iniciar a sua produção. Daí muitas hesitações, recuos, turbulência.
Dizem os peritos que dados económicos imprevistos podem causar alterações nos preços do barril entre cinco e dez dólares. Agora não se prevê para 2024 uma grande subida no preço do petróleo. Só que, ao certo, ninguém sabe.
Há quem acene com o carvão, fonte energética altamente poluente e ainda hoje utilizada em muitos países. Apesar do uso intensivo desta fonte desde o princípio da revolução industrial, há mais de dois séculos, existem ainda enormes reservas de carvão no mundo. O petróleo é bem menos acessível.