Os supostos nomes e moradas de membros do painel de jurados que indiciou Donald Trump esta semana foram divulgados online, avança a NBC News. O site está ligado à extrema-direita e alberga, de forma frequente, retórica violenta.
Segundo a NBC News, que não nomeia o site para evitar divulgar mais a informação, as alegadas moradas foram identificadas pelo grupo independente Advance Democracy - fundado por Daniel J. Jones, um antigo investigador do FBI e funcionário no Comissão de Informações do Senado dos Estados Unidos da América (EUA).
"Está-se a tornar demasiado comum ver cidadãos que desempenham funções necessárias à nossa democracia serem alvo de ameaças violentas por extremistas apoiantes de Trump", declarou Jones. "A falta de liderança política na direita para denunciar estas ameaças - que servem para inspirar violência política no mundo real - é vergonhosa", acrescentou.
O grupo Advance Democracy também apontou que os utilizadores do site colocaram online os nomes e imagens das pessoas que se julgam serem membros do painel de jurados noutras redes sociais. Os extremistas afirmam, nessas publicações, que os jurados mostraram, nas redes sociais, o seu apoio aos senadores Bernie Sanders, do Vermont, e Raphael Warnock, da Geórgia, ao antigo Presidente Barack Obama e ao movimento Black Lives Matter.
Na terça-feira, depois de Trump publicar nas redes sociais que as autoridades iriam perseguir "os que lutaram para encontrar os manipuladores", o Advance Democracy afirmou que os apoiantes do ex-Presidente estavam a usar a palavra "manipuladores" no lugar de insultos raciais.
A acusação, divulgada esta segunda-feira, nomeia os membros do painel de jurados, mas, naturalmente, não divulga as moradas, nem outras informações pessoais.
O gabinete da procuradora do condado de Fulton não comentou a notícia. Apesar disso, a procuradora Fani Wills divulgou ameaças racistas que recebeu antes da divulgação da acusação, e foram colocadas em prática medidas de segurança adicionais, com alguns funcionários a trabalharem a partir de casa.
O gabinete do xerife do condado de Fulton, que está a gerir a detenção de Trump e outros 18 arguidos, também não comentou a notícia.
O ex-Presidente dos EUA e 18 co-conspiradores foram acusados de extorsão e tentar subverter os resultados das eleições presidenciais de 2020 esta semana.