Tensão no congresso do PAN- Pessoas Animais e Natureza por causa de uma das propostas de alteração dos estatutos do partido que esteve em discussão no congresso do partido que decorre este fim-de-semana em Tomar.
A proposta prevê limitar relações familiares e de dependência financeira na direção e originou um intenso debate com acusações de ser inconstitucional, acabando por ser rejeitada.
Um dos militantes do PAN, Albano Lemos Pires, afeto à direção nacional, acusou mesmo a proposta de ser persecutória. “isto não tem nada a ver com ética, tem a ver com perseguição de pessoas”, afirmou, ironizando: “Costumo ver a imprensa a cascar no Bloco de Esquerda porque, imagine-se, tem duas irmãs que ainda por cima têm o descaramento de serem gémeas na Mesa Nacional. As irmãs Mortágua, que corrupção que ali vai no Bloco de Esquerda! É preferível Miguel Portas e Paulo Portas, pelo menos um vai para o CDS, outro para o Bloco. É isso que querem?”
A pergunta era dirigida a Luís Teixeira, subscritor da proposta de alteração que tenta no fundo travar eventuais familygate dentro do PAN.
Luís Teixeira recusou qualquer suspeita de perseguição a militantes e lembrou a polémica em torno do PS em 2019. “Vimos em 2019 que houve uma grande celeuma pública por causa de relações de parentesco que inclusivamente levaram a demissões de pessoas de cargos que ocupavam no Governo do PS. Isso levou-nos a perceber, enquanto militantes ativos do PAN, que importa que o PAN, enquanto partido de vanguarda nas questões de transparência e democracia, a tentar fazer algo que respondesse a esta questão."
Um partido empenhado na democracia no séc. XXI deve orientar as suas decisões, escolhas e ações em padrões internos de conduta baseados em valores e em nomas baseadas na ética e na transparência”, afirmou o militante, que garante: “Não estamos aqui a coartar direitos políticos.”
Esta proposta de alteração foi chumbada: teve 12 votos a favor contra os 103 votos a favor da proposta de alteração de estatutos apresentada pela direção nacional.