O dirigente socialista João Galamba afirma que deixou a Comissão Permanente do PS a seu pedido e que, por isso, não poderia continuar a ser porta-voz deste órgão, recusando qualquer divergência na origem desta mudança.
A dirigente socialista Maria Antónia Almeida Santos vai substituir o vice-presidente da bancada do PS João Galamba no cargo de porta-voz.
"Foi-me feito o convite para continuar e eu disse que preferia ficar no Secretariado. Não posso ser porta voz de um órgão a que não pertenço, só isso. Não pertenço a esse órgão voluntariamente, não houve nenhuma divergência com ninguém", afirmou João Galamba. em declarações aos jornalistas à entrada do 22.º Congresso do PS, que decorre até terça-feira na Batalha.
João Galamba chegou à Exposalão onde vai decorrer a reunião magna dos socialistas vestido de forma descontraída e quase passou despercebido entre a comunicação social.
Questionado sobre a sua sucessora, Galamba considerou que o "cargo fica muito bem entregue".
A futura porta-voz do PS, Maria Antónia Almeida Santos, disse ter ficado muito honrada com o convite para este cargo e sublinhou estar sempre disponível para servir o partido naquilo que considera que pode ajudar.
Secretária-geral adjunta do PS fala em “renovação de ciclo”
A secretária-geral adjunta do PS, Ana Catarina Mendes, afirmou esta sexta-feira que "em cada congresso há renovação de ciclo", ao comentar as alterações propostas para os órgãos do partido, e considerou que "vencer 2019" é o tópico.
"Em cada congresso há uma renovação de ciclo e essa renovação de ciclo é não apenas na nossa agenda, mas é também dos nossos protagonistas. A proposta que é feita pelo secretário-geral [António Costa] a este congresso é uma proposta que vem renovar os órgãos do PS, que vem reforçar os órgãos do PS e que vem preparar os próximos combates eleitorais, eleições europeias, eleições legislativas e eleições regionais na Madeira", afirmou Ana Catarina Mendes.
A dirigente socialista falava na Batalha, distrito de Leiria, onde hoje começa o 22.º Congresso do PS, dizendo que aquilo que se espera desta reunião é que "saia daqui um PS ainda mais forte para os combates".
"Vencer 2019 é esse o nosso tópico", declarou, apontando uma "agenda que responda aos problemas das alterações climáticas, da demografia, da sociedade digital e, no fundo, um combate sem tréguas às desigualdades, à pobreza".
Ana Catarina Mendes sublinhou ainda que "neste congresso falarão todos os que se inscreverem para ir ao palco, dirão tudo o que pensarem sobre a vida política", mas avisou: "Há uma coisa que eu tenho consciência e que volto a afirmar aqui, o PS não esgota a sua agenda no imediatismo nem nos casos, o PS tem uma agenda para o futuro e é nessa agenda política que está concentrado".
"É de esperar que o PS reafirme neste congresso o que tem afirmado ao longo dos anos, os seus valores e os seus princípios. O PS defendeu pela voz de António Costa há quatro anos que o fim do arco da governação era absolutamente necessário, porque o arco da governação empobrecia a democracia", assinalou, para acrescentar que o partido está neste congresso "para voltar a afirmar-se na sua identidade, nos seus valores, o partido da esquerda democrática, o partido europeísta, o partido da liberdade".
Sobre a solução de Governo encontrada pelo PS, que tem o apoio do BE, PCP e 'Os Verdes', reiterou ser "uma boa solução, com resultados positivos".
"Aquilo que se espera é que o PS se afirme e reafirme com os seus princípios, que afirme o sues programa e as respostas que tem para o país", adiantou, para acrescentar que "na noite eleitoral, que é daqui a um ano e meio", os resultados serão interpretados e "todos serão chamados a assumir as suas responsabilidades".
Ana Catarina Mendes disse ainda esperar que o PS esteja "em condições de assumir de novo a liderança do governo em Portugal".
Na sequência do Congresso da Batalha, entre hoje e domingo, João Galamba abandona a Comissão Permanente dos socialistas, onde era o porta-voz, fazendo apenas parte do Secretariado Nacional do PS, o órgão de direção formal deste partido e que é liderado por António Costa.
Da Comissão Permanente do PS saiu também o deputado e dirigente socialista Porfírio Silva, que, no entanto, vai continuar no Secretariado Nacional.
O líder do PS, António Costa, decidiu promover ao Secretariado Nacional, o órgão de direção formal deste partido, sete membros do seu Governo, disse hoje à agência Lusa fonte oficial socialista.
Entram para o Secretariado Nacional do PS o ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, e os secretários de Estado Alexandra Leitão, Ana Mendes Godinho, Graça Fonseca, Marcos Perestrello, Mariana Vieira da Silva e Pedro Nuno Santos.