Cerca de uma centena de enfermeiros em vigília em frente ao Palácio de Belém
23-02-2019 - 22:28
 • Lusa com Renascença

A iniciativa acontece no dia em que o primeiro-ministro, António Costa, revelou que o Governo está disposto a chegar a acordo sobre a “revisão da carreira” com os enfermeiros, assim como “procurar corrigir” algumas injustiças da anterior eliminação das categorias.

Cerca de uma centena de enfermeiros concentrou-se este sábado em frente ao Palácio de Belém, em Lisboa, para uma vigília em defesa destes profissionais e do Serviço Nacional de Saúde.

A vigília foi convocada pelo Movimento Nacional de Enfermeiros e teve início às 19h30 em Lisboa e numa dezena de outras localidades de todo o país.

A iniciativa acontece no dia em que o primeiro-ministro, António Costa, revelou que o Governo está disposto a chegar a acordo sobre a “revisão da carreira” com os enfermeiros, assim como “procurar corrigir” algumas injustiças da anterior eliminação das categorias.

Na vigília em Lisboa, os enfermeiros concentram-se em redor de um cartaz onde se lê "Não temos medo", junto do qual foram acendidas várias velas.

Aos jornalistas, a porta-voz do Movimento Nacional dos Enfermeiros, Sónia Viegas, afirmou que a vigília serve para dizer que os enfermeiros "não vão baixar os braços", porque a "proposta imposta aos enfermeiros não satisfaz a classe".

Na vigília estiveram presentes representantes do Sindicato Democrático dos Enfermeiros, tendo o dirigente Luís Mós afirmado à agência Lusa que vê com bons olhos, ainda que com cautelas, as declarações de hoje do primeiro-ministro.

Segundo Luís Mós, a atual greve dos enfermeiros decretada por este sindicato irá manter-se até ao dia 28.

Caso, nas novas negociações com a tutela, não haja acordo, o sindicalista disse que haverá novas formas de luta.

Ordem satisfeita com abertura negocial do Governo

A bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Ana Rita Cavaco, manifestou hoje contentamento pela abertura do Governo para um acordo sobre a revisão da carreira dos enfermeiros.

"Acreditamos que há uma tentativa de aproximação e nós estamos disponíveis para ajudar", disse Ana Rita Cavaco aos jornalistas, durante uma vigília junto ao Palácio de Belém, em Lisboa, convocada pelo Movimento Nacional de Enfermeiros.

Ana Rita Cavaco afirmou ainda que a Ordem tem de corresponder à disposição avançada pelo Governo.

"Se vamos responder com desconfiança, tem tudo para correr mal", disse.

Segundo a bastonária, no que toca à regulação da carreira do enfermeiro, "há coisas que é preciso mudar e que têm a ver com regulamentos e com o próprio estatuto da Ordem dos Enfermeiros".

Na sexta-feira, o Governo revelou que prevê retomar até aos primeiros dias de março as reuniões negociais com as estruturas sindicais dos enfermeiros.

A ministra da Saúde, Marta Temido, afirmou, no entanto, que a discussão sobre a carreira de enfermagem terminou, estando para publicação em Boletim do Trabalho e do Emprego, mas que há outros temas para serem discutidos e tratados.

O reatamento das negociações foi anunciado após o Conselho de Ministros ter decretado a 07 de fevereiro uma requisição civil na greve dos enfermeiros em curso desde 31 de janeiro nos blocos operatórios de quatro centros hospitalares, alegando incumprimento dos serviços mínimos.