Agravou-se, durante o início da manhã, o incêndio que eclodiu na segunda-feira na Madeira. “O vento alterou-se. Tínhamos duas zonas controladas e a situação ficou difícil”, refere a secretária regional da Inclusão e Assuntos Sociais, Rubina Leal.
“O fogo ultrapassou as nossas capacidades e a situação climatérica não ajuda”, uma vez que mantém o vento, as temperaturas elevadas e o tempo seco, acrescenta a governante, também responsável pela Protecção Civil na Madeira.
Durante a madrugada, foi necessário retirar 200 pessoas de casa e evacuar um hospital – o Hospital dos Marmeleiros, na freguesia do Monte.
Rubina Leal explica que a decisão de transferir os doentes para “outras unidades de saúde” se deveu ao facto de se tratar de pessoa com mais fragilidade respiratória.
O Funchal está coberto de fumo e o fogo aproxima-se da cidade, devido à mudança na direcção do vento
Ao início da manhã, foi activado o Plano Municipal de Emergência e o Serviço Regional de Saúde da Região Autónoma da Madeira (SESARAM) lançou um apelo aos enfermeiros para que se dirijam directamente ao Hospital Central do Funchal, ao invés do hospital dos Marmeleiros, evacuado.
O Serviço pede também aos utentes com consulta externa marcada para esta terça-feira que não se desloquem à unidade de saúde do Funchal, evitando deste modo o congestionamento da estrutura.
"As instituições estão a trabalhar em conjunto para manter a operacionalidade de todos os meios no terreno, na protecção de pessoas e bens", informa a Câmara.
Quanto a casas destruídas pelo fogo, as últimas indicações são de seis, mas a secretária regional ainda não confirmou qualquer número, “porque os meios estão no terreno e estamos empenhados em apoiar a população desalojada e controlar o fogo”. Confirma, contudo, vários danos materiais.
Rubina Leal adianta que estão no terreno todos os meios e oito corporações de bombeiros.
O combate às chamas levou oito bombeiros ao hospital, por inalação de fumo, e estuda-se a possibilidade de evacuar um lar de idosos (o de Santa Isabel).
Madeira sob aviso laranja
O arquipélago da Madeira está sob aviso laranja, enquanto oito distritos de Portugal continental estão sob aviso amarelo, devido ao tempo quente.
O aviso na Madeira vigora até às 19h00. O laranja é o segundo mais grave de uma escala de quatro, emitido no caso de situação meteorológica de risco moderado e elevado.
O IPMA emitiu ainda um aviso amarelo de vento forte, com rajadas da ordem dos 75 quilómetros por hora, nos extremos oeste e leste da Madeira.
Sob aviso amarelo estão também os distritos de Braga, Castelo Branco, Portalegre, Évora, Beja, Lisboa, Setúbal e Santarém, devido ao tempo quente, até às 22h00. Determina "risco para determinadas actividades".
O IPMA prevê para a Madeira, esta terça-feira, tempo quente com períodos de céu muito nublado, em especial por nuvens médias e altas, vento moderado a forte de nordeste com rajadas até 75 quilómetros por hora soprando forte a muito forte com rajadas até 95 quilómetros por hora nas zonas montanhosas e pequena subida da temperatura mínima.
As temperaturas deverão oscilar entre os 28 e os 35 graus no Funchal.
[Notícia actualizada às 8h50]