João Lourenço, general na reserva, de 63 anos, foi investido esta terça-feira no cargo de Presidente da República de Angola, o terceiro que o país conhece desde a independência, em Novembro de 1975.
O acto, presenciado por convidados nacionais e internacionais e milhares de populares, decorreu no Memorial António Agostinho Neto, em Luanda, no mesmo local e dia (26 de Setembro) em que José Eduardo dos Santos foi investido pela última vez como chefe de Estado Angolano, após as eleições de 2012.
A cerimónia, que contou com a presença de cerca de duas dezenas de chefes de Estado e do Governo – incluindo Marcelo Rebelo de Sousa – iniciou-se pelas 12h00, orientada pelo juiz conselheiro presidente do Tribunal Constitucional, Rui Ferreira, que proclamou a eleição de João Lourenço e de Bornito de Sousa para os cargos, respectivamente, de Presidente e vice-Presidente angolanos.
Pelas 12h10, João Lourenço prestou juramento à nação, com a mão direita sobre a Constituição da República de Angola, assinando o termo de posse, cinco minutos depois.
Já investido nas funções de novo Presidente da República, João Lourenço deslocou-se ao local onde se encontrava o Presidente cessante, José Eduardo dos Santos, para este lhe colocar o colar presidencial e lhe ceder o lugar, o que aconteceu pouco depois.
O acto marcou a saída do poder de José Eduardo dos Santos, que liderava o país desde 1979 – o segundo Presidente há mais tempo no poder em todo o mundo – e que não se recandidatou ao cargo nas eleições de 23 de Agosto último.
A cerimónia terminou com o desfile dos três ramos das Forças Armadas Angolanas, seguindo-se a execução do hino nacional e disparos de 21 salvas de canhão.
O Presidente português foi assobiado e aplaudido na tomada de posse. O momento aconteceu quando estavam a ser anunciados os dignitários internacionais presentes, avança a SIC Notícias, que mostra imagens da Televisão Pública de Angola (TPA).
Marcelo Rebelo de Sousa começou por ser aplaudido, mas, pouco depois, ouviram-se também assobios, algo que foi interpretado por alguns meios de comunicação, incluindo a Renascença, como uma vaia. Porém, os assobios foram ouvidos noutros momentos da cerimónia como manifestação de aplauso (e não de crítica). Exemplo disso é a grande assobiadela que José Eduardo dos Santos ouve quando passa o colar presidencial a João Lourenço.
Em declarações à imprensa, no final do acto de tomada de posse de João Lourenço, o chefe de Estado português destacou o "ambiente muito caloroso" entre os dois países, "que é preciso aproveitar".
Marcelo Rebelo de Sousa, que chegou na segunda-feira a Luanda para participar desta cerimónia, considerou "impressionante" a ovação dada a Portugal, que "foi de longe a maior". "E não foi a mim, foi a Portugal", salientou, destacando os laços de fraternidade entre os dois povos.
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[Notícia corrigida às 14h51. Corrigida a interpretação dos assobios dirigidos a Marcelo Rebelo de Sousa]