O território de Hong Kong anunciou esta quarta-feira a proibição de importações de frango e derivados do distrito de Lisboa, depois de ter feito o mesmo, ainda no ano passado, com Santarém e Leiria, os outros locais onde foram detetados surtos de gripe aviária.
É uma decisão que não se entende, na opinião da diretora-geral de Alimentação e Veterinária, sobretudo porque no último ano não houve qualquer exportação de frango e seus derivados de Portugal para Hong Kong.
"Na prática é aproveitar situações sanitárias para criar obstáculos à livre circulação, porque são medidas para além do que a legislação define. E há países terceiros que cortam toda a circulação e não cumprem as normas internacionais", acusa Susana Pombo, lembrando que esta situação acontece com Portugal e com os outros Estados-membros da União Europeia.
Em declarações à Renascença, esta responsável garante aos consumidores nacionais que "todos os produtos no mercado são seguros. Toda a cadeia agroalimentar é devidamente controlada". E no caso da gripe aviária, "não há nenhuma evidência epidemiológica que identifique a via alimentar como fonte de contágio".
Em Itália, quase 20 milhões de aves foram abatidas, para conter uma epidemia de gripe aviária. E outros 3 milhões em França. Por cá, não se antevê que venha a ser necessário.
"Neste momento a situação vivida em Portugal não nos leva a equacionar uma situação dessas. Porque todos os focos em que temos atuado temos sido bem sucedidos. Mas se houver vários focos em várias zonas, pode ter de se equacionar essa situação", afirma Susana Pombo.