Os professores vão dormir na rua como forma de protesto. "A nossa escola está numa situação moribunda. Está em vias de extinção porque não temos professores. Não está a sair das universidades o número suficiente de professores que garanta um ensino de qualidade", lamenta Luís de Deus, um dos organizadores.
Estão montadas 16 tendas à porta da Escola E.B. 2 3 Dr. António da Costa Contreiras, em Armação de Pêra, que vão estar sempre ocupadas por professores até quarta-feira. Os docentes vão fazer turnos de 24 horas e a mudança dá-se às 18h00. Nessa altura vários profissionais de educação vão juntar-se numa vigília.
Luís de Deus deixa o convite para que mais pais se juntem a este protesto: "Nós trabalhamos para os filhos deles. A escola não é um depósito para virem depositar os seus filhos. A escola é para aprender e isto é para os alertar que é preciso mudar".
Tal como Luís de Deus também Vasco Dantas é professor do Agrupamento de Escolas Silves Sul e está na organização do protesto. Explicou que os serviços mínimos não vão impedir esta iniciativa. "Quando acordarem de manhã alguns professores vão diretamente dar aulas. Vamos ter o apoio de outros colegas que não ficam cá a dormir, mas trazem comida e bebida".
O protesto arrancou este domingo com uma vigília que reuniu cerca de 200 pessoas. Sete Agrupamentos do Algarve marcaram presença, sendo que 18 professores ficaram a dormir nas tendas. "Queremos que os pais quando trouxerem os filhos de manhã e os próprios alunos passarem por nós fiquem todos indignados e a perguntar o que se passa aqui".
Na vigília, os professores levaram velas e colocaram-nas à frente de uma urna a dizer escola pública.