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A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, garante que "está controlado" o surto de covid-19 que surgiu, há quase um mês, num lar em Reguengos de Monsaraz, no distrito de Évora, que, até quarta-feira, provocou 17 mortes.
"Não tendo havido nenhum novo caso e havendo já casos recuperados, uma estabilidade dos que estão doentes", o surto de Reguengos de Monsaraz, "não estando terminado, está de facto controlado", afirmou a responsável.
Graça Freitas falava aos jornalistas no final de uma reunião, realizada na sede da Administração Regional de Saúde (ARS) do Alentejo, em Évora, em que também estiveram presentes elementos do Governo e das autoridades de saúde e o autarca de Reguengos de Monsaraz, José Calixto.
O encontro, que se prolongou por mais de quatro horas, contou com a participação dos secretários de Estado Adjunto e da Defesa Nacional, Jorge Seguro Sanches, que é também o coordenador no Alentejo da execução das medidas de prevenção e combate à pandemia, e da Saúde, António Lacerda Sales.
Com a situação no lar da Fundação Maria Inácia Vogado Perdigão Silva (FMIVPS), o concelho de Reguengos de Monsaraz regista o maior surto no Alentejo da doença provocada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2.
A diretora-geral da Saúde indicou que há já "vários utentes residentes no lar e até profissionais com dois testes negativos e com uma evolução clínica muito favorável", reconhecendo que o surto foi controlado "com o que se soube e pôde em cada momento".
Questionada sobre a mobilização de recursos humanos, Graça Freitas respondeu: "Foi a mobilização possível. Quem sabe gerir este surto é quem cá está, são as forças locais que se organizaram para dar uma resposta", disse.
A responsável sublinhou que, "com os dados e a situação que havia, foram bem utilizados os recursos para tratar bem os doentes, isolar os seus contactos e conter surto no lar e na comunidade", admitindo que "há sempre" aspetos a "melhorar e a aprender".
Também o secretário de Estado Adjunto e da Defesa Nacional, Jorge Seguro Sanches, considerou que "há lições a aprender" dos surtos que surgiram no país, elogiando o "trabalho exemplar" de autarcas, saúde pública, forças armadas e profissionais de saúde.
Questionado sobre as dúvidas levantadas pela Ordem dos Médicos em relação ao surto de Reguengos de Monsaraz, Seguro Sanches afirmou que não as conhece, mas referiu que "aceita e agradece" as críticas, nomeadamente se "ajudarem a combater a pandemia".
"Esta é uma situação em que não podemos deixar ficar ninguém para trás, precisamos de ter todos do mesmo lado a dar o seu melhor e, muitas vezes, com desafios que encontram pela primeira vez na sua vida como nunca encontraram", sublinhou o governante.
Sobre a averiguações que estão a ser feitas pelo Ministério Público ao caso, o secretário de Estado disse que está "completamente de acordo" e que "as questões devem ser todas verificadas", mas notou que "antes disso" é necessário "tratar os doentes".
Portugal contabiliza pelo menos 1.679 mortos associados à covid-19 em 47.765 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).