Ocidente deve assegurar que Putin perde a guerra, diz ministra britânica
26-05-2022 - 18:32
 • Lusa

Declarações de Liz Truss, esta quinta-feira, em Sarajevo, na Bósnia, onde defendeu a necessidade de continuar a fornecer armamento à Ucrãnia, em nome da defesa da sua soberania.

Os países ocidentais devem garantir que o Presidente russo, Vladimir Putin, perde a guerra na Ucrânia, continuando a apoiar Kiev sem hesitações, defendeu esta quinta-feira a ministra dos Negócios Estrangeiros britânica.

"Não pode ser oferecido nenhum acordo ou apaziguamento a Putin", afirmou Liz Truss em Sarajevo, onde se encontrou com o seu homólogo bósnio, Bisera Turkovic.

"É preciso continuar a mergulhar a fundo nos nossos recursos" e "continuar a fornecer à Ucrânia as armas de que necessita para vencer e recuperar a sua integridade territorial e soberania", acrescentou, durante uma conferência de imprensa conjunta.

A Rússia, que lançou uma ofensiva militar contra a Ucrânia no final de fevereiro, está a avançar no leste do país enquanto a Ucrânia, preocupada com o risco de invasão, tem exigido mais armas pesadas para igualar o poder de fogo russo.

"Devemos garantir que Putin perde na Ucrânia e que a Ucrânia ganha (...), que a agressão russa nunca mais possa ameaçar a paz na Europa", considerou Truss.

A ministra britânica lembrou ainda o conflito intercomunitário na Bósnia, que matou 100 mil pessoas na década de 1990, referindo que o país mostra "hoje sinais da ingerência de Moscovo e que corre o risco de voltar a mergulhar novamente nesses anos sombrios".

A Bósnia está dividida, desde o conflito, por desentendimentos étnicos, entre uma federação croata-muçulmana e uma entidade sérvia, a Republika Srpska, cuja grande maioria dos habitantes se sente muito próxima do "irmão mais velho" russo.

Nos últimos meses, o líder político dos sérvios-bósnios, Milorad Dodik, que não esconde a sua proximidade em relação a Vladimir Putin, multiplicou as ameaças secessionistas.

Acusado de "ameaçar a estabilidade" dos Balcãs, Milorad Dodik foi sancionado por Washington e Londres.

"A crise na Ucrânia pode estar a ser projetada para se espalhar por esta parte da Europa", disse, por sua vez, Turkovic, avisando que o Ocidente devia apoiar a candidatura de Sarajevo à União Europeia (UE) e à NATO.

Conceder à Bósnia o estatuto de candidato à UE "seria uma boa mensagem para aqueles que são teleguiados por Moscovo", referiu o ministro bósnio.

Truss anunciou também que Londres quer mobilizar, até 2025, cerca de 93 milhões de euros de investimento para os Balcãs ocidentais.