A Polícia Judiciária deteve três inspetores do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, durante a manhã desta segunda-feira, suspeitos de terem estado envolvidos na morte de um cidadão ucraniano. O homem, de 40 anos, terá sido vítima de agressões dentro do Aeroporto de Lisboa.
A notícia, avançada na última noite pela TVI, dá conta da linha de investigação que estará a ser seguida depois de a autópsia ter revelado sinais de agressão e asfixia, como causas da morte.
De acordo com a mesma notícia, o caso remonta ao passado dia 12 de março, quando o SEF não permitiu a entrada em território nacional a um ucraniano oriundo da Turquia, que dizia estar em viagem de turismo.
De acordo com um comunicado oficial “os factos foram cometidos nas instalações do Centro de Instalação Temporária, no aeroporto de Lisboa, no passado dia 12, após a vítima ter supostamente provocado alguns distúrbios no local”.
Os inspetores, que têm 42, 43 e 47 anos, foram detidos por fortes indícios da prática de um crime de homicídio e devem ser ouvidos durante a tarde por um juiz para conhecerem as medidas de coação.
Diretores do SEF demitidos
Uma nota do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras informa que o caso foi comunicado no próprio dia ao Procurador Adjunto de turno junto do DIAP de Lisboa e à Inspeção Geral da Administração Interna.
“O SEF está desde o início a colaborar com as autoridades envolvidas na investigação e tomou de imediato as medidas previstas em sede disciplinar.”
Devido a este alegado homicídio, o diretor e o subdiretor da Direção de Fronteiras de Lisboa do SEF cessaram funções partir desta segunda-feira.
Governo abre inquérito
O Governo anunciou a abertura de um inquérito à Direção de Fronteiras de Lisboa do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras na sequência da detenção de três elementos daquele serviço em funções no aeroporto por suspeitas de homicídio.
“O ministro da Administração Interna determinou à Inspeção-Geral da Administração Interna a abertura de um inquérito à Direção de Fronteiras de Lisboa do SEF (aeroporto de Lisboa), designadamente ao funcionamento do Espaço Equiparado a Centro de Instalação Temporária (EECIT) daquele aeroporto”, refere uma nota do Ministério tutelado por Eduardo Cabrita.
A mesma nota avança que o ministro da Administração Interna determinou igualmente a abertura de processos disciplinares ao diretor e subdiretor de Fronteiras de Lisboa, cujas comissões de serviço foram hoje cessadas, ao Coordenador do EECIT, bem como a todos os envolvidos nos factos relativos à morte de um cidadão estrangeiro naquelas instalações.
[notícia atualizada às 13h47]