O Papa Francisco acredita que a unidade dos cristãos sairá fortalecida por um novo impulso missionário.
Francisco está em Genebra, onde discursou diante do Conselho Mundial das Igrejas, uma organização que representa um universo de cerca de 500 milhões de cristãos, de 350 diferentes confissões religiosas, incluindo igrejas protestantes e ortodoxas.
A Igreja Católica não faz parte do Conselho, mas mantém relações cordiais e Francisco não é o primeiro Papa a visitar a organização.
No seu discurso, Francisco apelou a um novo ímpeto missionário que una todos os cristãos.
“O Conselho Ecuménico das Igrejas nasceu como instrumento do movimento ecuménico que foi suscitado por um forte apelo à missão: como podem os cristãos evangelizar, se estão divididos entre si?”
Mas esta ideia caiu no esquecimento, lamentou o Papa. “Permiti-me, amados irmãos e irmãs, que, além de viva gratidão pelo empenho que dedicais à unidade, vos manifeste também uma preocupação. Esta deriva da impressão de que o ecumenismo e a missão já não aparecem tão intimamente interligados como no princípio”
Daí que Francisco tenha aproveitado o contexto em que se encontrava para fazer um apelo. “Aquilo de que temos verdadeiramente necessidade é dum novo ímpeto evangelizador. Somos chamados a ser um povo que vive e partilha a alegria do Evangelho, que louva ao Senhor e serve os irmãos, com o espírito que deseja ardentemente descerrar horizontes de bondade e beleza inauditos a quem ainda não teve a graça de conhecer verdadeiramente a Jesus.”
“Estou convencido que, se aumentar o impulso missionário, crescerá também a unidade entre nós”, conclui.
Nada disto é possível, diz todavia o Papa, sem recurso à oração. “A oração é o oxigénio do ecumenismo. Sem oração, a comunhão asfixia e não avança, porque impedimos que o vento do Espírito a empurre para diante. Interroguemo-nos: Quanto rezamos uns pelos outros? O Senhor rezou para sermos um só; imitamo-lo nisto?”
Por fim o Papa sublinhou que embora o diálogo ecuménico se possa fazer a um nível doutrinal e teológico, há uma vertente que está aberta a todos. “A credibilidade do Evangelho é testada pela maneira como os cristãos respondem ao clamor de quantos injustamente, nos diferentes cantos da terra, são vítimas do trágico aumento duma exclusão que, gerando pobreza, fomenta os conflitos. Os fracos são cada vez mais marginalizados, vendo-se sem pão, sem trabalho nem futuro, enquanto os ricos são sempre menos e sempre mais ricos. Sintamo-nos interpelados pelo pranto dos que sofrem e compadeçamo-nos”, conclui.