A eurodeputada Margarida Marques acredita que não há portugueses envolvidos no caso Qatargate, que está a abalar o Parlamento Europeu.
Em declarações à Renascença, em Estrasburgo, Margarida Marques reage à notícia de que a eurodeputada Isabel Santos fez parte da organização não-governamental no centro do escândalo que levou à detenção da vice-presidente do Parlamento Europeu.
“Eu penso que não [há portugueses envolvidos]. E a Isabel Santos não está envolvida nessa situação. A Isabel Santos fazia parte do board, do quadro de honra, deste ‘think tank’”, sublinha Margarida Marques.
“Há muitos ‘think tanks' que funcionam na UE, em Bruxelas, em Estrasburgo. Há organizações não-governamentais que, muitas vezes, convidam deputados europeus para valorizar essas instituições. E a Isabel Santos e muitos outros aceitam participar nesse tipo de, digamos, organizações no sentido de estarem mais próximas dos cidadãos, de terem condições para um debate político mais aprofundado, de organizar iniciativas”, sublinha.
A eurodeputada socialista considera que, apesar do caso que está a abalar o Parlamento Europeu, “não podemos pôr em causa todas as estruturas que estão interessadas, honestamente, em debater a Europa”.
Margarida Marques mostra-se “surpreendida e chocada” com o chamado Qatargate e destaca que “a reação do Parlamento foi muito clara: tolerância zero a qualquer ato de corrupção que possa pôr em causa a instituição”.
Sobre as lições a tirar para o futuro, a eurodeputada portuguesa refere que o Parlamento Europeu já tinha debatido a criação de uma comissão de ética.
“Penso que se até agora havia dúvidas da necessidade da criação desta comissão, agora não há”, sublinha.