O líder e cofundador da Web Summit, Paddy Cosgrave, demitiu-se do cargo de CEO da cimeira. A informação foi avançada pelo jornal Sunday Independent e confirmada pela Renascença. A organização diz que o evento vai continuar como planeado.
De acordo com o comunicado, Paddy Cosgrave deixa o cargo devido aos comentários acerca do conflito entre Israel e o Hamas. "Peço novamente sinceras desculpas por qualquer mágoa causada", diz o ex-CEO.
No comunicado, Cosgrave considera que os comentários que fez estão a tornar-se "uma distração do evento", assim como para "a nossa equipa, os nosso patrocinadores, as nossas startups e as pessoas que frequentam" a cimeira.
Um porta-voz da Web Summit declara que a organização vai nomear um novo CEO "assim que possível", e que o evento de 2023 em Lisboa "vai avançar como planeado".
A saída já está refletida na página pessoal de LinkedIn, onde o ex-CEO dá como encerrada o tempo à frente da empresa responsável pela organização da cimeira tecnológica.
O movimento de boicote à Web Summit foi iniciado por Israel, quando o embaixador israelita em Portugal, Dor Shapira, considerou "ultrajantes" as declarações de Paddy Cosgrave.
Paddy Cosgrave escreveu na sexta-feira, na rede social X, que "crimes de guerra são crimes de guerra, mesmo quando cometidos por aliados, e devem ser denunciados pelo que são". Antes, comparou o número de mortes israelitas com as mortes palestinianas, numa publicação já apagada.
Ao boicote de Israel seguiu-se a saída de grandes empresas do evento. A Alphabet, dona da Google, a Meta, dona de Facebook, Instagram e WhatsApp, e a Amazon anunciaram todas o boicote à Web Summit, juntando-se a um número crescente de empresas que cancelaram a sua participação na cimeira.
A Web Summit está agendada para os dias entre 13 e 16 de novembro, em Lisboa.
[atualizada às 16h43]