Larry Nassar, antigo médico da equipa de ginástica dos Estados Unidos, já condenado a uma pena de até 175 anos de prisão por abusos sexuais contra jovens ginastas, foi condenado esta segunda-feira a mais uma pena que pode ir de 40 a 125 anos de prisão. A sentença foi decretada por um tribunal no estado norte-americano do Michigan.
Este é o terceiro processo em que Nassar está envolvido por abusos sexuais contra jovens ginastas.
O médico já foi condenado a 60 anos de prisão (por posse de pornografia infantil), depois a uma pena que vai de 40 a 175 anos de prisão por ter agredido pelo menos 265 raparigas durante duas décadas. Esta sentença foi decretada no condado de Ingham, num caso separado que envolvia os mesmos crimes.
O médico, agora com 54 anos, utilizava o seu estatuto para abusar das atletas e outras estudantes, muitas delas menores, e dizia-lhes que eram tratamentos médicos. Nassar admitiu ser culpado.
Larry Nassar – médico da selecção olímpica norte-americana em quatro Jogos Olímpicos – foi durante anos considerado um homem de confiança das ginastas de elite dos Estados Unidos. Entre as testemunhas ouvidas em tribunal contam-se as campeãs olímpicas de ginástica artística Aly Raisman e McKayla Maroney. Também Simone Biles e Gabby Douglas revelaram nas redes sociais que foram vítimas do médico.
A procuradora-geral adjunta Angela Povilaitis disse durante a sessão judicial desta segunda-feira que as vítimas e os seus pais não se devem sentir culpados pelo que aconteceu e que essa culpabilização tem de acabar. Disse ainda, segundo a AP, que as próprias autoridades acreditaram no médico durante anos e que, “de cada vez que se livrava das acusações, [Nassar] ganhava poder para continuar os seus abusos”.